Resumo

Com o crescimento urbano-industrial as crianças já não brincam mais nos espaços urbanos como brincavam antigamente. Atualmente, as escolas privadas, os clubes e as escolas de esportes, especificamente as escolas de natação, tem sido alvo de grande procura pelos pais, com o objetivo e desejo de que seus filhos aprendam a nadar. No que tange a prática educacional, nem sempre o brincar se estabelece dentro desses espaços aquáticos. Este estudo se preocupou com o brincar na relação pedagógica em meio líquido, a partir da abordagem psicopedagógica. O estudo constou de uma revisão de literatura, pesquisa exploratória de campo e observação participante, realizada em uma escola de natação da cidade de Americana/SP/Brasil. Os dados foram analisados através dos discursos dos professores, manifestados através de historias contadas, e pôde-se fazer observações quanto a importância do diálogo e da comunicação interpessoal entre professor e aluno durante as aulas, sendo que, o professor ofereceu poucas oportunidades das crianças fazerem comentários durante as mesmas, sendo interrompido algumas formas de diálogo, restringindo a criatividade do aluno e dificultando na adaptação em meio líquido. As aulas foram ministradas por duas professores, não tanto pela segurança, mas pela ordem e controle do espaço, não contribuindo para minimizar o sentimento de medo apresentado por algumas crianças. Os objetivos das aulas foram voltados a atender as expectativas e desejos dos pais e professores, e não aos interesses, necessidades e desejos das crianças. Pôde-se observar que, os professores tem dificuldade em ouvir o aluno durante as atividades em meio líquido e na ânsia de satisfazer suas expectativas em relação a aprendizagem, não aguarda até que a interiorização do saber se convertesse em base para algo aprender. Este estudo chama a atenção para a mudança de atitude do educador, em especial profissionais que atuam em escolas de natação para crianças, acerca do papel que ocupa dentro desses espaços humanos, possibilitando contribuir para o desenvolvimento da capacidade de criar e da possibilidade de partilhar do mundo da cultura.