Resumo

Uma das tarefas a que se propôs Derrida foi a de desconstruir oposições binárias tão caras à tradição do pensamento filosófico ocidental: teoria/prática, sujeito/abjeta natureza/cultura. As suposições sobre consciência e sujeito são comuns às pedagogias da repressão e às pedagogias libertadoras - a oposição binária que lhes opõem apenas revela a existência de uma essência a ser reprimida ou liberada, conforme o caso. Não escapam a essa tradição nem mesmo as chamadas pedagogias criticas - a própria noção de conscienlização„ tão cara a algumas de suas importantes correntes, está integralmente vinculada à suposição da existência de uma consciência unitária e auto-centrada, embora momentaneamente alienada e mistificada, apenas à espera de ser despertada, desreprimida, desalienaa'a, liberada. desmistificada. As pedagogias criticas dependem centralmente de uma perspectiva vanguardista do papel do intelectual, seja em relação aos movimentos sociais em geral, seja em relação ao espaço mais restritamente pedagógico. Ora, numa perspectiva foucaultiana, se não existe o exterior do poder, se não existe uma "verdade- que seja o outro do poder, todas as relações são arriscadas. O objetivo já não será mais buscar uma situação de não-poder, mas sim um estado permanente de luta contra as posições e relações de poder, incluindo, talvez principalmente, aquelas nas quais, como educadores, nós próprios estamos envolvidos, 
 

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