Resumo

O objetivo do trabalho é problematizar o processo de naturalização do jogador Leal no voleibol brasileiro. Estudar este jogador é compreender um pouco mais sobre como entidades que dirigem os esportes, confederações em nível mundial, e federações em nível local, atuam para legitimar e proteger a questão das mudanças de nacionalidade, criando regulamentos para elegibilidade e restrições de atletas de seus esportes. Adotamos dois instrumentos metodológicos para obtenção de nossos resultados. O primeiro instrumento foi a análise de notícias, o segundo foi a análise documental do Formulário de Solicitação de Mudança de Federação, instituído pela Federação Internacional de Voleibol, no Caderno “Regulamentos do Esporte”. Do ponto de vista do mercado de trabalho, das especificidades técnicas conquistadas por anos de dedicação e da livre movimentação para assinar contratos com diferentes empresas, inferimos que as restrições não fazem sentido. Logo, ficam concentradas nos atletas que já alcançaram elevado nível técnico e estão na idade cronológica mais produtiva. Para os que não participaram de seleções nacionais ou alcançaram a idade de 35 anos para homens e 32 para mulheres, há flexibilização das condições de elegibilidade.

Referências

Almeida, W. D., & Rubio, K. (2018). Novos brasileiros nos jogos olímpicos: a presença de migrantes internacionais na delegação do país na Rio-2016. Revista Brasileira de Ciência e Movimento,26(1), pp. 131-142. Recuperado de: http://dx.doi.org/10.18511/rbcm.v26i1.7690

Araújo, R. (2015). Cubano Leal se naturaliza brasileiro, mas chance de ir à Rio-2016 é remota. Folha de São Paulo. Recuperado de: https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2015/12/1722488-cubano-leal-se-naturaliza-brasileiro-mas-chance-de-ir-a-rio-2016-e-remota.shtml

Barifouse, R. (2019). Liga das Nações de Vôlei: como Leal se tornou o primeiro 'estrangeiro' da seleção brasileira. Recuperado de: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-48440440

Carravetta, E. (1996). As relações econômicas do esporte com as mudanças sociais e culturais. Movimento, 3(4), pp. 52-55. Recuperado de: https://doi.org/10.22456/1982-8918.2208

Cellard, A. (2008) A análise documental. In: J. Poupart et al., A pesquisa qualitativa: enfoques epistemológicos e metodológicos. Petrópolis: Vozes, pp. 295-316.

Clastres, P. (2016). JO 2016: de plus en plus de sportifs naturalisés? Oui, mais la pratique est ancienne. L’OBS – Le Plus. Recuperado de: http://leplus.nouvelobs.com/contribution/1546670-jo2016-de-plus-en-plus-de-sportifs-naturalises-oui-mais-la-pratique-estancienne.html

Dangui, F. O. L., & Marchi Júnior, W. (2019). A influência do marketing esportivo na Superliga de Voleibol do Brasil. Recuperado de: https://eventos.ufpr.br/SIGPE/SIGPE2019/paper/view/1478/665

Del Prette, A., & Del Prette, Z. A. P. (2003). Assertividade, sistema de crenças e identidade social. Psicologia em Revista, 9(13), pp. 125-136. Recuperado de: https://doi.org/10.5752/169

Diário Oficial da União (2015a). Página 142 da Seção 1 do Diário Oficial da União (DOU) de 29 de Junho de 2015. Recuperado de: https://www.jusbrasil.com.br/diarios/94734246/dou-secao-1-29-06-2015-pg-142

Diário Oficial da União (2015b). Página 35 da Seção 1 do Diário Oficial da União (DOU) de 16 de Dezembro de 2015. Recuperado de: https://www.jusbrasil.com.br/diarios/106426193/dou-secao-1-16-12-2015-pg-35

Fédération Internationale de Volleyball (2013). Sports Regulations: Volleyball. Recuperado de: http://www.fivb.org/EN/FIVB/Document/Legal/FIVB_Sports_Regulations_en_20130515.pdf

Fédération Internationale de Volleyball (2020a). Snow Volleyball. Recuperado de: https://www.fivb.com/en/snowvolleyball

Fédération Internationale de Volleyball (2020b). Application to change of Federation of Origin. Recuperado de: https://www.fivb.com/en/volleyball/regulationsofficialforms

Henrique, S. (2017). FIVB erra, mostra amadorismo e Leal só será do Brasil em 2019. Saída de Rede. Recuperado de: https://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/11/01/fivb-erra-mostra-amadorismo-e-leal-so-sera-do-brasil-em-2019/

Jorge, R. R. (2009). Território, identidade e desenvolvimento: uma outra leitura dos arranjos produtivos locais de serviços no rural. Tese (Doutorado em Filosofia). Universidade de São Paulo, São Paulo.

Lestinge, S. R. (2004). Olhares de educadores ambientais para estudos do meio e pertencimento. Tese (Doutorado em Recursos Florestais). Universidade de São Paulo, São Paulo.

Lima, M. B. (2008). Identidade étnico/racial no Brasil: uma reflexão teórico-metodológica. Revista Fórum Identidades, 2(3), pp. 33-46.

Loio, G. (2019). Brasileiro de coração, Leal celebra segundo título pela seleção de vôlei. O Globo. Recuperado de: https://oglobo.globo.com/esportes/brasileiro-de-coracao-leal-celebra-segundo-titulo-pela-selecao-de-volei-24022229

Merguizo, M., & Conde, P. R. (2013a). Cuba libera saída de atletas para o exterior e pode beneficiar Brasil. Folha de São Paulo. Recuperado de: https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2013/09/1348881-cuba-libera-saida-de-atletas-para-o-exterior-e-pode-beneficiar-brasil.shtml

Merguizo, M., & Conde, P. R. (2013b). Esportistas cubanos no Brasil vibram com decisão do governo de Raúl Castro. Folha de São Paulo. Recuperado de: https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2013/09/1348889-esportistas-cubanos-no-brasil-vibram-com-decisao-do-governo-de-raul-castro.shtml

Moriconi, L. V. (2014). Pertencimento e identidade. Trabalho de Conclusão de Curso. Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas/SP.

Nascimento, D. R., Ribeiro, C. H. V., & Pereira, E. G. B. (2019). Futebol e migração: a perspectiva dos treinadores brasileiros no exterior. Motrivivência, 31(60), pp. 1-25. Recuperado de: https://doi.org/10.5007/2175-8042.2019e59846

Nicolau, J. (2017). Direito internacional privado do esporte: estudos sobre uma disciplina em construção.Tese (Doutorado em Direito Internacional). Universidade de São Paulo e Universidade Jean Moulin Lyon 3 (cotutela internacional).

Padura, L. (2019). O romance da minha vida. Trad. Monica Stahel. São Paulo: Boitempo editorial.

Pontes, V. S., Ribeiro, C. H. V., Garcia, R. M., & Pereira, E. G. B. (2018). Migração no voleibol brasileiro: a perspectiva de atletas e treinadores de alto rendimento. Movimento, 24(1), pp. 187-198. Recuperado de: https://doi.org/10.22456/1982-8918.66495

Rial, C. (2006). Jogadores brasileiros na Espanha: emigrantes porém... Revista de Dialectología y Tradiciones Populares, 61(2), pp. 163-190. Recuperado de: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=2187571

Rial, C. (2008). Rodar: a circulação dos jogadores de futebol brasileiros no exterior. Horizontes antropológicos, 14(30), pp. 21-65. Recuperado de: https://doi.org/10.1590/S0104-71832008000200002

Ribeiro, C. H. V., Pereira, E.G. B., Garcia, R. M., & Nascimento, D. R. (2017). Dois países para jogar e apenas um para escolher: Diego Costa. Salusvita, 36(3), pp. 649-665. Recuperado de: https://www.researchgate.net/publication/336823883

Rodrigues, J. G. & Amaral, T. (2017). Leal é liberado para defender a seleção a partir de 2019: "Um brasileiro a mais". Globoesporte.com. Recuperado de: https://globoesporte.globo.com/volei/noticia/a-espera-da-liberacao-leal-vive-expectativa-de-defender-a-selecao-um-brasileiro-a-mais.ghtml

Senechal, A. (2019). “Eu sou ‘brasileño'”: Yoandy Leal, 30 anos, nascido em Cuba, é o primeiro estrangeiro a defender a seleção brasileira de vôlei. Revista Veja. Recuperado de: https://veja.abril.com.br/esporte/eu-sou-brasileno/

Silva, P. R. P., Ribeiro, C. H. V., & Da Costa, L. P. (2013). A cobertura esportiva dos Jogos Olímpicos de Londres 2012: a tematização do “doping” no portal de notícias G1. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, 27(3), pp. 437-446. Recuperado de: https://doi.org/10.1590/S1807-55092013005000019

Soto-Lagos, R. A. (2020). Identidad deportiva en Chile: un proceso sociocultural y material marcado por el estado y el neoliberalismo. Movimento, 26, e26043. Recuperado de: https://doi.org/10.22456/1982-8918.100538

Sousa, R. G. (2012). Identidade cultural. Mundo Educação. Recuperado de: http://www.mundoeducacao.com.br/sociologia/identidade-cultural.htm

Tavares, M. L. R. S., Garcia, R. M., Nascimento, D. R., Ribeiro, C. H. V. & Pereira, E. G. B. (2019). O sistema de ranqueamento do voleibol brasileiro e seus desdobramentos. Movimento, 25, e25054. Recuperado de: https://doi.org/10.22456/1982-8918.87657

Taylor, M. (2006). Global players? Football, migration and globalization, c. 1930-2000. Historical Social Research, 31(1), pp. 7-30. Recuperado de: https://doi.org/10.2307/20762099

Triviños, A. N. S. (1987). Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo, Brasil: Atlas.

Acessar