Resumo

O presente trabalho teve como propósito inicial saber se, no contingente das crianças hospitalizadas, haveria a aceitação da arte de clown como um dos elementos lúdicos incorporados ao tratamento, confirmando nosso pressuposto de que o clown troca com a criança o riso no momento de dor. O objetivo da dissertação é tecer uma análise científica e pragmática da arte e técnica de clown como conteúdo de um programa de lazer às crianças hospitalizadas. A pesquisa empírica foi realizada no Centro Infantil de Investigações Hematológicas Dr. Domingos A. Boldrini com crianças de O a 18 anos, portadores de câncer e doenças hematológicas, incluindo outras presenças. O trabalho de arte de clown com as crianças ou adolescentes do Boldrini foi traçado de forma que atingisse o ponto que os medicamentos não estavam atingindo, a alma. Também enfocamos lazer e suas relações com a arte de clown, sentindo que entre as áreas há confluência de aspectos lúdicos, artísticos, criativos e terapêuticos na participação do paciente infantil como clown. Por outro lado, a arte de fazer rir como função social, desde os primórdios, passa por um processo de transformação chegando ao hospital. A autora foi sujeito e objeto da pesquisa, traçando diretrizes, atuando como instrumento e comprometida com a relação artística e afetiva. No método de registro da atuação do clown, escolhemos a técnica de entrevista aberta. O tratamento dado ao material foi qualitativo. A análise final dos participantes indicou a continuidade do trabalho do clown. Em suma, o conteúdo e a estrutura da dissertação oferecem subsídios para futura elaboração de um curso de treinamento de clowns para atuar no hospital, prestando homenagem às crianças do Boldrini e a Luís Otávio Burnier, que orientou as bases artísticas da pesquisa.

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