Resumo

Esta pesquisa tematiza o Conhecimento em Educação Física, no plano de uma discussão epistemológica, situada na área das Linguagens. Objetivamos compreender e responder a seguinte problemática: como o Conhecimento em Educação Física, através da produção epistemológica e do trato pedagógico, se apresenta, no atual momento histórico, para (re)produzir o capital? Especificamente, objetivamos: apresentar a atual conjuntura da educação e da escola capitalista na sociedade brasileira considerando a contradição educação-trabalho; elucidar o atual debate epistemológico da Educação Física que sustenta as proposições pedagógicas da área; analisar como as implicações políticas e ideológicas das tendências epistemológicas, que atualmente predominam no âmbito da Educação Física, se apresentam para a formação básica (escolarização) das forças produtivas do capital; e apresentar a Linguagem como uma categoria expressiva da materialização da Educação Física, no atual momento histórico, para (re)produzir o capital. Estabelecemos como hipótese: a manifestação da linguagem como a categoria que se expressa atualmente, na área da Educação Física, como determinação científico-filosófica para seguimento do processo de (re)produção do capital. Metodologicamente, lançamos mão da filosofia marxista (Materialismo Histórico – Dialético) de análise e apreensão da realidade, elaborando, portanto, uma pesquisa com abordagem Crítico-Dialética. Ademais, nossa investigação será de base teórica a partir da literatura específica e clássica da área, realizando algumas aproximações com o documento da Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2018). Trabalhamos com as categorias metodológicas: totalidade, mediação e contradição, e com as categorias de conteúdo: Trabalho-Conhecimento; TrabalhoEducação; e Educação Física-Pós–Modernidade e Linguagem. No primeiro capítulo traçamos nosso ponto de partida, elucidando a organização dos conceitos e das categorias que foram fundamentais para elaboração da investigação: a produção do conhecimento, em especial da Educação Física, destacando sua importância para a produção da existência humana que, no contexto capitalista, entra em contradição (humanização x alienação); a instituição escolar enquanto local privilegiado de acesso e socialização do conhecimento sistematizado, delineando nosso entendimento de Escola Capitalista; e o movimento histórico Pós-Moderno, sistematizando suas características e as influências no trato com o conhecimento da Educação Física que se situa atualmente, no âmbito pedagógico, na área das Linguagens. No capítulo seguinte, elaboramos a discussão epistemológica tendo como referência inicial, evidentemente, a Educação Física como linguagem. Nesse sentido, o referido capítulo foi organizado tendo eixo central o embate entre os adeptos do giro linguístico na Educação Física, que estabelecem como objeto de conhecimento a Cultura Corporal de Movimento, e os teóricos que endereçaram um movimento de reação a tal giro, tendo como base o resgate da ontologia realista/materialista e o objeto da Cultura Corporal. No último capítulo, a título de sínteses finais, retomamos a discussão pedagógica e educativa para, enfim, compreendermos como a área da Educação Física se apresenta atualmente para (re)produzir o capital. Ela se apresenta, confirmando nossa hipótese, como um processo de fetichismo da linguagem enquanto categoria teórico-filosófica para a produção e trato do/com o conhecimento da área e, em síntese, não se apresenta como força revolucionária para superar a estrutura produtiva atual, mas sim como força ideológica capitalista e neoliberal.

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