Resumo

INTRODUÇÃO: A avaliação do consumo alimentar, particularmente da ingestão de proteínas, constitui uma ferramenta importante na prevenção, tratamento e monitoramento dos pacientes em hemodiálise. MATERIAIS E MÉTODOS: Participaram do estudo 50 pacientes (62% sexo masculino) com média de idade de 54,2±12,4 anos e em tratamento hemodialítico por no mínimo três meses. A avaliação da composição corporal foi feita por meio de absormetria por dupla emissão de raios-X, o consumo alimentar pelo registro alimentar de três dias, a capacidade funcional pelo teste Time up and Go (TUG) e a força de preensão manual por dinamometria. A versão curta do questionário internacional de atividade física (IPAQ, 2005) foi aplicada para avaliar o nível de atividade física dos participantes. Para identificar as diferenças entre capacidade funcional e composição corporal nos grupos de baixo consumo de proteína (<1,0g/ kg, n=33) e consumo adequado (≥1,0g/ kg, n=17) foi realizado o teste T de student, enquanto que para identificar associações entre o consumo de proteína e a composição corporal foi realizada a correlação de Pearson, sendo adotado o nível de significância de 5%. RESULTADOS: O consumo de proteína/kg apresentou associação inversa com a gordura corporal (r= -0,42 p= 0,004); gordura ginóide (r= -0,40; p= 0,006) e gordura androide (r= -0,34; p= 0,020). O grupo com consumo adequado de proteínas apresentou menor tempo no teste TUG (8,6 ± 2,4 vs. 10,8 ± 6,2; p = 0,041) e maior nível de atividade física semanal (caminhada) (47,6 ± 53,7 vs. 28,3 ± 26,6 minutos; p= 0,005), quando comparado ao grupo com baixo consumo de proteínas. Não foram encontradas diferenças na força de preensão manual e na massa livre de gordura. CONCLUSÃO: O consumo de proteínas tem impacto positivo na composição corporal, bem como está relacionado a melhor capacidade funcional em pacientes com doença renal crônica em tratamento hemodialítico.

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