Resumo

O presente estudo teve como principal objetivo verificar as influências da ética protestante no controle do corpo e seus divertimentos no contexto norte-americano no período de 1633 a 1791. Para tal, realizou-se uma pesquisa de cunho historiográfico amparada em fontes escritas pelo americano Benjamin Franklin, bem como conjuntos de leis produzidas tanto na Inglaterra quanto nas colônias americanas que ajudaram a compreender o contexto do corpo e seus divertimentos frente a moral protestante. Buscou-se entender como o ethos americano moldou divertimentos e demais práticas corporais para que se enquadrassem em atividades de cunho utilitarista, condizentes com a moral religiosa dos Estados Unidos da América do século XVIII. Observou-se uma rejeição inicial por parte da cultura protestante aos mais diversos divertimentos, tomando-os como ocupações frívolas do tempo que deveria ser destinado à vocação de fé ou a sobrevivência na colônia. Em um segundo momento, manifestou-se uma gradual aceitação de determinadas práticas de divertimento, imbuindo-as de valores morais condizentes com a fé puritana. Torna-se importante salientar que também surgiram evidências de um cuidado específico do corpo que permitia a prolongação da saúde, através de dietas, exercícios e privações controladoras do sono, alimentos e bebidas. Tais mudanças no tratar do corpo e seus divertimentos apontaram para um maior controle dos mesmos. Efeitos reflexos de uma maior racionalização da cultura americana, consequência da fé protestante majoritária nas colônias americanas. Como considerações finais, realizam-se aproximações dessa cultura física específica com a formação do esporte moderno dentro de uma ordem discursiva favorável a esse fenômeno.

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