Resumo
Data: 24/02/2014
Pensar o corpo em movimento na cidade é refletir sobre o quiasma que nos faz indagar onde situar o limite do corpo e do mundo, e com isso colocar em questão a ideia de entrelaçamento entre os corpos, refletindo sobre as formas e os lugares em que vivemos, lançando um olhar sobre o cotidiano em nosso entorno, mas também naquilo que evitamos enxergar. Essa pesquisa tem como principal objetivo: Discutir sobre a relação entre as práticas corporais e praças públicas de Natal-RN, no sentido de identificar os usos do corpo nesses espaços. Diante da escassez de trabalhos nessa temática na nossa cidade, apontamos a necessidade de contribuir com a produção do conhecimento, estudando alguns aspectos do corpo em movimento na vida cotidiana e pública, onde buscamos os significados que o corpo humano apresenta em diferentes contextos e intencionalidades. Esse estudo teve sua fundamentação baseada na abordagem fenomenológica existencial de Merleau – Ponty (2011), pois direciona-se as experiências vividas, no sentido de compreendê-las. Usamos como estratégia de pesquisa a modalidade do fenômeno situado, que é dirigida para os significados, ou seja, para expressões sobre percepções que o sujeito tem daquilo que está sendo pesquisado. O grupo investigado foi composto por 20 sujeitos que frequentam praças públicas de Natal-RN, mais especificamente a Praça Pedro Velho e a Praça Augusto Severo, localizadas no bairro de Petrópolis e Ribeira respectivamente. Realizamos observações semiestruturadas que foram registradas em um portfólio, além de registros fotográficos. Durante o percurso metodológico buscamos analisar documentos que estavam disponíveis e que apresentavam informações sobre as praças pesquisadas e utilizamos questionários para a realização das entrevistas com os sujeitos investigados. Essa dissertação estar dividida em Dois Capítulos: o primeiro Capítulo apresenta as relações entre O Corpo e o espaço no cenário das praças Augusto Severo e Pedro Velho, onde revelamos os corpos que compõem seus espaços, em um diálogo que busca relações de significados e símbolos marcados pelo viver na cidade através de suas experiências. O segundo Capítulo discutirá o Corpo e as Práticas Corporais nas praças públicas que citamos anteriormente e foram escolhidas para nossos estudos, onde mostramos características próprias das práticas corporais imersas no espaço urbano, sendo os sujeitos aqueles que nos comunicam sobre suas percepções ao estar em movimento em praça pública. A partir das analises evidenciamos diversas possibilidades que o corpo apresenta para estar em movimento na cidade em que habita, especialmente em praça pública, que refletiram a complexidade que é observar as diferentes cenas que nos são apresentadas a cada instante, pois podemos visualizar diferentes atitudes corporais que se fazem presentes com diversificadas simbologias e intenções, o que confirma nossa compreensão de que os corpos humanos são bioculturais e se diferenciam sensivelmente de acordo com suas experiências vividas.