Resumo

Este trabalho busca cartografar as (re)existências africanas na cultura da capoeira, tendo como objeto de estudo os fundamentos e a linguagem corporal no ritual da roda. A capoeira, como uma manifestação cultural de tradição negra, incorpora símbolos, cosmologias e ontologias dos povos da diáspora africana. Os povos de matriz africana, que se reterritorializaram em terras brasileiras, reconstituíram suas visões de mundo e desenharam suas formas de conhecimento por meio da escrita do corpo, entrecruzando nos movimentos e nos ritmos, saberes riscados pelas epistemologias das macumbas. Partindo do plano de imanência da Filosofia Afroperspectivista, e incorporando a perspectiva do cruzo entre as minhas experiências como capoeira, a base conceitual de obras de referências, o acervo documental de músicas, fotografias e vídeos, busquei cartografar no jogo de corpo de mandinga e nos ritos da roda de capoeira, a visibilidade das (re)existências africanas que coreografam saberes por meio de práticas de encantes, que reafirmam, entre as dobras das epistemes vigentes, um modo particular de ser e estar no mundo

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