O corpo da mulher no esporte: análise histórica e cultural das relações com as práticas esportivas
Por Maria Angélica Alves Morais (Autor), Caroline Keiko Uemura Izac (Autor), Karina de Toledo Araújo (Autor).
Em III Seminário Online do Ludopédio – Mulheres e futebol: pesquisar, trabalhar, torcer e jogar
Resumo
A prática esportiva da mulher, ao longo da história, foi objeto de debates e preconceitos, sendo, em alguns momentos, desencorajada por não ser considerada adequada à saúde e ao corpo da mulher. Em contrapartida, o enfrentamento constante de preconceitos e diversas formas de discriminação relacionadas ao corpo feminino persiste como um desafio para as mulheres envolvidas em práticas esportivas. Objetivo: Analisar como o corpo da mulher foi historicamente e culturalmente relacionado as práticas esportivas. Metodologia: Trata-se de uma revisão narrativa, desenvolvida a partir dos conceitos de corpo na perspectiva das relações de gênero nos contextos históricos, culturais e religiosos da sociedade e da trajetória da mulher no enfrentamento do preconceito na busca de espaço para a prática esportiva. A partir disso, foram traçadas reflexões entre preconceitos sociais e culturais historicamente constituídos e desigualdades no acesso e permanência das mulheres em práticas corporais e esportivas. Resultados e discussão: A análise histórica e cultural do corpo da mulher no esporte revela uma trajetória marcada por complexas relações sociais e normas culturais. Historicamente, o corpo feminino foi associado a estereótipos de fragilidade e inferioridade física, moldando percepções sobre as capacidades esportivas das mulheres relacionados a vulnerabilidade do corpo feminino à dominação, contextualizando-o nas relações de poder historicamente estabelecidas. Ademais, o eurocentrismo e etnocentrismo motivaram discriminações de classe, raça e gênero, promovendo um discurso moralista e higienista sobre a mulher, principalmente no esporte. Considerações finais: Atualmente, movimentos sociais, debates sobre igualdade de gênero e a luta por direitos das mulheres têm contribuído para uma reavaliação das relações entre o corpo feminino e práticas esportivas. A análise histórica e cultural dessas relações destaca a necessidade contínua de superar estigmas de gênero e promover um ambiente inclusivo e equitativo no universo esportivo.