O Corpo do Desportista: Uma ética da Vigilância e da Punição
Por Paulo Cunha e Silva (Autor), Teresa Lacerda (Autor), Alda Corte-Real (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
O corpo do desportista tem-se vindo a construir como uma categoria à
parte no universo da corporeidade contemporânea. Podemos mesmo falar
d e uma c o rp o re i d a d e p a ra d ox a l . . A i d e n t i d a d e c o n t emp o r â n e a é
caracterizada por uma grande liberdade no usufruto do corpo. O direito ao
corpo é uma das grandes reivindicações (e conquistas) sociais que mais
marcaram a segunda metade do século vinte. O corpo objecto de pressão e
repressão parecia, na senda de todos esses movimentos libertários, ter-se
finalmente emancipado. Todavia a sociedade contemporânea continua a
evidenciar um corpo em que o paradigma da vigilância se constitui como
organizador principal. Falamos do corpo do desportista. A partir da relação
entre desporto e doping, entre corporeidade e manipulação, tentaremos
avaliar e discutir a presença de um corpo obrigado (segundo Foucault),
numa sociedade desobrigada.