Resumo

Este trabalho lança o olhar para as danças populares paraenses no intuito de revelar sentidos e significados simbólicos e culturais para a Educação Física, sob a perspectiva de um corpo sensível que produz reflexões a partir de gestos, linguagens e emoções, pautando a percepção do meu olhar e do olhar do outro como fonte subjetiva de conhecimento próximo da realidade vivida acerca dessas danças, buscando ampliar as possibilidade de conhecimento cultural. Objetivou-se, nesta pesquisa, apresentar, contribuir e ampliar o conhecimento das reflexões sobre o corpo na Educação Física e refletir sobre o mesmo em seus aspectos culturais e simbólicos nas manifestações dançantes paraenses. A pesquisa se origina de uma inquietação a essas expressões artísticas que enfoquem uma percepção sobre os corpos no mundo e sobre o mundo vivido, contribuindo para a busca de outras coordenadas epistemológicas ampliando sobre corpo e cultura para a Educação Física. Destarte, para o desenvolvimento do trabalho, tem-se, como base metodológica, um estudo qualitativo a partir das concepções do método fenomenológico de Maurice Merleau-Ponty, por entender que o filósofo não se limita a conceitos fechados, e, a partir dessas reflexões, construir horizontes, diálogos e discussões acerca das mediações entre corpo, estética e cultura popular e como se manifestam as danças aqui abordadas, como fenômeno incorporado no corpo paraense a partir de um espetáculo. Neste estudo, tomamos como referência a apresentação do grupo Balé Folclórico da Amazônia, no espetáculo Dançares Amazônicos, propondo ampliar os conceitos a partir da análise do espetáculo de algumas cenas, além dos vários tipos de registros, como vídeos, letras das músicas, figurinos, fotos, entrevistas, dando uma dinâmica que liga os diferentes símbolos, ajudando-nos a refletir sobre o significado desse corpo, dessa cultura e dos símbolos para a Educação Física. Assim, são apresentadas as considerações finais, compreendendo os contornos do agir do corpo como cultura e que exigem um olhar para objetos de investigação que os contextualizem em suas mais variadas dimensões, permitindo, assim, ressignificar as danças analisadas, naquilo em que, por vezes, pode ser contraditório quando o todo determina e é determinado pelas experiências singulares, entendendo-se as diferentes danças culturais como um campo de conhecimento interdisciplinar e dinâmico, tornando-se promissoras ao promover o desenvolvimento simbologias exploradas neste estudo.

Referência: GUZZO JÚNIOR, Carlos Cristiano Espedito. O corpo e as danças populares paraenses no espetáculo "Dançares Amazônicos", do Balé Folclórico da Amazônia: reflexões simbólicas e culturais para a Educação Física. 2020. 154f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2020.

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