Resumo
Construir encontros para a produção de saúde e experiência corporal tendo como mediadora as práticas corporais foi a proposta desta pesquisa. Os encontros foram propostos em dois espaços de Atenção Básica à Saúde: o Centro de Saúde Escola Geraldo Horácio de Paula Souza, localizado junto à Faculdade de Saúde Pública - USP/SP e, Unidade Básica de Saúde José Marcílio Malta Cardoso, ambos localizados na cidade de São Paulo. A investigação de natureza qualitativa contou com a realização de 54 encontros, com duração de uma hora e meia a duas horas e quinze minutos, durante o período de um ano, sendo um encontro por semana. Os encontros em grupo foram construídos a partir de um processo dinâmico, levando em consideração as demandas do grupo. Para a proposição de experiências corporais trabalhou-se com as técnicas propostas pelo Método Self-Healing de Meir Schneider (MSH). Participaram dos encontros mulheres, em sua maioria idosas (apesar do grupo ser proposto para qualquer usuário interessado). Por meio das anotações em um caderno de campo e das falas registradas por gravação de áudio dos encontros, organizou-se uma carta com as impressões e falas que se destacaram ao longo do processo sobre as experiências corporais, o cuidado, o acolhimento e os vínculos construídos nos grupos. Verificou-se que esses encontros em grupos foram profícuos na construção do acolhimento, do cuidado e do vínculo afetivo das pessoas envolvidas. O Método Self-Healing de Meir Schneider mostrou-se como uma técnica importante de cuidado e autocuidado no que se refere às práticas de relaxamento, movimentos ativos e passivos variados e saúde dos olhos, demonstrando trazer elementos que puderam agregar conhecimento e experiência corporal e, como consequência, melhora em situações de dor e desconforto. A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) tem legitimado e incentivado novas práticas corporais na Atenção Básica à Saúde e o MSH potencializado pelos encontros em grupo mostrou-se como um método que pode mobilizar para novas maneiras de andar a vida com autonomia e cuidado na medida em que agrega as tecnologias leves e leves duras na atenção à saúde das populações