Resumo

Este trabalho teve como objetivo analisar a percepção do professor em relação ao corpo da criança hospitalizada e verificar como ele considera o corpo em seu trabalho. Para o desenvolvimento da investigação o referencial teórico se configura da seguinte maneira: na primeira seção, trago um estudo do tipo estado da arte sobre a classe hospitalar dos últimos cinco anos; a segunda seção é destinada à temática sobre a classe hospitalar em que apresento seu histórico e seus aspectos legais; a terceira seção abrange as discussões de corpo acerca do paradigma cartesiano, utilizo-me dos princípios da corporeidade a fim de redimensionar a visão de corpo mecanicista pensada pela sociedade. Tais princípios se tornam um possível caminho para a pedagogia hospitalar. A coleta de dados foi realizada em dois hospitais localizados em duas cidades diferentes, sendo que uma se encontra no interior do estado de São Paulo e a outra no interior do estado de Minas Gerais. Este estudo configurou-se como uma pesquisa qualitativa, descritiva e utilizou como instrumento de coleta de dados a entrevista estruturada e observação não participante. Os sujeitos que se submeteram à entrevista foram quatro docentes que ministram aulas em classe hospitalar. Para análise das entrevistas utilizou-se a Técnica de Elaboração e Análise de Unidades de Significado, na qual foram feitas duas perguntas geradoras, sendo a primeira: “Como você vê o corpo do seu aluno da classe hospitalar?” e a segunda “Como você trabalha o corpo do seu aluno na classe hospitalar?”. Na primeira pergunta foi constatado que 75% dos sujeitos entendem o corpo do aluno que frequenta a classe hospitalar como fragilizado e submisso aos procedimentos clínicos. No que concerne à segunda pergunta, 50% versam sobre o cuidado, respeito e habilidades cognitivas. A partir da observação foi possível verificar que os docentes da classe hospitalar consideram o corpo do aluno pautado no modelo tradicionalista de ensino-aprendizagem, isto é, o foco na sua atuação profissional está na transmissão do conteúdo que prevalece o cognitivo em detrimento ao corpo dos alunos que frequentam a classe hospitalar.

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