Resumo

Este ensaio tem como objetivo caracterizar e discutir um caminho percorrido pelo corpo na sociedade ocidental, da construção do conceito de corpo-propriedade até os dilemas pós-modernos que abriram as portas para uma nova corporeidade. Na Modernidade, o corpo fora submetido à ciência e aos meios de produção político-econômicos e, sob específicas condições, conduzido a uma descrição biologizante e utilitária. A Pós-Modernidade trouxe a crise identitária e o consequente hiperconsumismo, e assistiu esse modelo social depositar sobre o corpo suas diretrizes bioascéticas, redescrevendo-o. A necessidade de estender o tempo/espaço de consumo do corpo aproximou-se dos avanços tecnocientíficos: fármacos, próteses biônicas, cirurgias plásticas, computadores de vestir, modificações genéticas. Os desejos de anulação das coerções biológicas, de melhorias estéticas e performáticas do corpo e até mesmo a imortalidade dão origem a uma nova descrição: o corpo-futurível.

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