Resumo

A pesquisa investigou a dinâmica curricular e pedagógica da Educação Física no Ensino Médio, imersa no todo escolar, como componente da formação educacional básica das juventudes, considerando os vínculos estabelecidos com as culturas juvenis, ao mesmo tempo, produzindo culturas escolares, a partir do protagonismo dos professores e “jovens alunos”, no cotidiano de três escolas (públicas e privada) situadas na zona urbana de Cuiabá-MT. O objeto de estudo foram as práticas corporais ensinadas e aprendidas, nas aulas de Educação Física do Ensino Médio, entendendo-as como construídas, vivenciadas e (re)significadas no cotidiano da cultura escolar, pelos seus autores (professores e alunos), produtores e praticantes de experiências corporais, plenas de sentidos simbólicos, que se constituem em saberes corporais, e materializam projetos de formação cultural das juventudes, consequentemente, de homem e sociedade, tensionados pelas diversidades das realidades socioculturais de vida dos “jovens alunos”. O estudo tem assento teóricometodológico nas discussões socioantropológicas “do Corpo expressas em Le Breton, Bauman, Mauss e Rivierè”, “do Cotidiano feitas por Certeau e Maffesoli” e da “Juventude com base em Pais, Dubet, Maffesoli, Melucci, Dayrell e Carrano”. Tratase de uma pesquisa qualitativa, de perspectiva etnográfico-descritiva, que retratou o cotidiano em que se processa a cultura escolar de três escolas (militar, confessional e laica) que oferecem o Ensino Médio para “jovens alunos” em Cuiabá-MT. Elegeuse como participantes da pesquisa, professores e “jovens alunos”, como elementos indissociáveis para compreensão das significações das aulas de Educação Física no Ensino Médio, a partir das práticas corporais experienciadas. Envolveu-se revisão literária de autores de matriz socioantropológica do Corpo, do Cotidiano e das Juventudes; análise de fontes documentais relacionadas aos aspectos históricos e pedagógicos das escolas-campo de pesquisa como Projetos Pedagógicos, Regimento Disciplinar, Planos de Ensino para Educação Física, entre outros; observações participantes das aulas de Educação Física ofertadas aos “jovens alunos” do Ensino Médio, nas escolas Colégio Militar Tiradentes, Escola Estadual Presidente Médici e Escola Evangélica Missionário Gunnar Vingren, com a descrição da apropriação curricular e pedagógica das práticas corporais; entrevistas semiestruturadas com os participantes da pesquisa, que foram 03 professores de Educação Física e 24 “jovens alunos”. As reflexões da pesquisa assinalam ausências e presenças de significações das aulas de Educação Física com a discussão do estado de (in)legitimidade no Ensino Médio e seu “lugar” no projeto de formação cultural das juventudes. Sugere possibilidades para (re)invenção de conteúdos e práticas pedagógicas que valorizem o ensino das práticas corporais nas aulas de Educação Física no Ensino Médio a partir da leitura do corpo jovem, se entrelaçando a cultura jovem à cultura escolar. Avalia a importância da reflexão crítica dos referenciais teórico-metodológicos que orientam as proposições e ações de estágios e práticas curriculares na formação inicial e contínua de professores, haja vista, a qualificação das práticas pedagógicas da Educação Física que atenda as demandas educativas das juventudes do seu tempo.

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