Resumo

A prática da vela interrelaciona as sensações de prazer por meio do risco, sendo este evidenciado pelas incertezas de se aventurar através de um ambiente imprevisível, enfrentando variações climáticas, perigos e ameaças. O estudo objetiva compreender e analisar os sentidos e significados do prazer do risco vivenciados mediante a prática da vela e como influencia no cotidiano dos praticantes. A pesquisa de abordagem qualitativa é de natureza descritiva, do tipo de campo. Os atores sociais participantes foram 19 velejadores do Iate Clube da Paraíba, que praticam a vela há pelo menos cinco anos. Os instrumentos utilizados foram um questionário e um roteiro de entrevista semi-estruturada, como técnica utilizou-se a observação que foi realizada apoiando-se nos recursos da filmagem e diário de campo. Para a análise dos dados, foram transcritas as entrevistas e submetidas ao soft AQUAD 6 para obter as frequências das palavras e categorizá-las a partir da análise de conteúdo. Os registros imagéticos foram analisados a partir da semiótica. Os resultados revelaram que a prática da vela envolve ritos de passagem, afastando o velejador do cotidiano, ingressando ao sagrado, alcançando um estado de comunhão, e retornando ao profano, com a sensação de um novo status. Desta forma, a prática da vela envolve sentidos e significados que contribuem para a educação e respeito por si mesmo, o próximo e a natureza, despertando novas emoções e sensações divididas em dois polos, um impresumível, que diz respeito às situações de risco e outro prazeroso, referente às conquistas, além da dimensão natural que a prática da vela abrange como o mar e o vento contribuindo na relação ser humano-natureza. A prática da vela trouxe mudanças benéficas à vida dos velejadores, contribuindo com o afastamento de vícios e drogas e melhorando as relações pessoais, refletindo no conhecimento, responsabilidade e disciplina.  
 

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