Resumo

Esta pesquisa tem como objetivo explicitar os sentidos produzidos pela utilização das imagens de corpo nas propagandas de televisão; tendo em vista o poder da comunicação de massa na instituição do imaginário social da sociedade moderna. Nota-se que em sua produção publicitária, caracterizada pela construção de um universo simbólico criado para saciar, criar e recriar sonhos e desejos sociais, o corpo é elemento sempre presente, pela utilização e exarcebação de suas imagens. Desta forma, foi tomado como hipótese que as imagens de corpo circulariam com os valores de beleza, saúde e juventude. Desdobrando essa hipótese, a investigação partiu de três questões: que imagem de corpo caracteriza predominantemente o discurso publicitário; que sentidos circulam com essas imagens para a busca daquele ideal de corpo e que estilos de vida estão associados à utilização das imagens de corpo produzidas e veiculadas pela tv. Para responder tais questões adentramos pelo imaginário social onde gestos, sons, cores, sinais tornam-se signos de uma coletividade, remetendo-nos ao campo dos sentidos em que o exercício da decifração permite que se explicite tudo aquilo que se mostra ocultando. Por este caminho, foi possível explicitar os sentidos que acompanham as imagens de corpo, dividindo a análise em dois grandes blocos: o corpo/exterior e o corpo/interior. Em linha gerais, pode-se concluir que na visão do corpo/exterior, os sentidos remetem à beleza e à higiene, com a criação de hábitos e cuidados com o corpo, compreendidos na ditadura da moda e do corpo enquanto valor de permuta de objetos, enquanto no corpo/interior investe-se em todo um estilo de vida. Pode-se perceber que a produção publicitária remete à naturalização de um corpo jovem, bonito e feliz; que acaba por produzir um discurso velado de negação de uma diversidade real em que vivem homens concretos.

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