Resumo
Este estudo objetivou verificar como as pessoas portadoras de deficiência auditiva participavam do mercado de trabalho na Grande São Paulo. Procurou-se registrar, através de informações colhidas entre os deficientes auditivos, aspectos pertinentes a: patologia auditiva, escolaridade, formação profissional, ocupações desempenhadas, vida profissional, acesso e reivindicações sobre o mercado de trabalho. Alguns dados obtidos puderam ser comparados com os trabalhadores da Grande São Paulo, constantes do IBGE. De modo geral, constatou-se que existe um mercado de trabalho para esses profissionais, mas trata-se de um mercado com abertura recente, parcial e resultante da lacuna deixada pelos demais trabalhadores. Encontrou-se, entre os trabalhadores pesquisados, manifestações de contentamento profissional pela ocupação desempenhada ou pelo fato de terem uma atividade produtiva. Todavia, foram registradas posições de descontentamento profissional com a ocupação exercida e pela remuneração recebida. Na visão dos deficientes auditivos, o mercado de trabalho é menos acessível devido à deficiência auditiva (comunicação) e à discriminação e preconceito por parte dos empregadores. Assim, reivindicaram medidas governamentais que conduzissem à ampliação do mercado de trabalho como forma de participação mais efetiva dessa força de trabalho. Concluiu-se que, atuando, o deficiente auditivo poderá demonstrar que é tão eficiente como outro trabalhador qualquer.