Resumo

Neste ensaio pretendo discutir o direito ao silêncio e a obrigatoriedade de falar a partir dos episódios envolvendo Richarlyson, Emerson Ferreti, Cuca e Robinho. A partir do cisheterossexismo no currículo de masculinidade dos torcedores de futebol me proponho a problematizar a exigência de que atletas ou ex-atletas LGBTQIA+ sejam obrigados a falar sobre sua sexualidade enquanto atletas ou ex-atletas condenados por crimes sexuais têm direito ao silêncio e ao benefício da dúvida. Após muitos anos sendo incitados a falar sobre suas sexualidades, em 2022, Richarlyson e Emerson Ferreti se sentiram à vontade para explicitar suas identidades sexuais. Ao mesmo tempo em que as suas manifestações apresentam caráter transgressor, não é possível abrir mão de questionar essa necessidade/obrigação de fala enquanto autores de violência realizam suas trajetórias sem serem questionados.

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