O Efeito da Idade Relativa Está Associado Ao Desempenho Competitivo em Atletas de Judo do Sexo Feminino?
Por Pedro Pinheiro Paes (Autor), José Luiz Silva de Moura (Autor), Juliana Daniele de Araújo Silva (Autor), Amanda Gonçalves Barbosa, (Autor), Bruna Giovana Correia de Souza (Autor), Gustavo Augusto Femandes Correia (Autor), Hugo Augusto Alvares da Silva Lira (Autor), Eduardo Victor Ramalho Lucena (Autor).
Em 42º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Introdução: As competições no judô são divididas a partir de faixas etárias dos atletas, sendo a cada dois anos nas categorias mais jovens e pode chegar a cinco anos nas mais velhas. Essa diferença de idade biológica entre indivíduos com a mesma idade cronológica situados dentro de uma mesma categoria ou faixa etária é chamada de Idade Relativa (IR). O Efeito da Idade Relativa (EIR) pode ser definido como uma possível vantagem de atletas nascidos no início do ano da seleção, sobre atletas nascidos posteriormente. Objetivo: O objetivo do presente trabalho è associar o EIR ao desempenho competitivo em atletas do sexo feminino nos Campeonatos Brasileiros de Judô do ano de 2014. Metodologia: Fizeram parte do presente estudo 671 atletas de judô do sexo feminino, subdivididas em seis categorias etárias. As datas de nascimento foram consultadas no site oficial da CBJ e a classificação da competição foi analisada baseada na súmula dos campeonatos. As atletas foram divididas em 3 grupos de desempenho: G1-1º, 2º e 3°s, G2-5°s e 7ºs e G3 - a partir do 9°. Posteriormente, a data de nascimento das atletas foi categorizada em "Quartis" (Q) sendo janeiro a março-Q1, abril a junho-Q2, julho a setembro-Q3 e outubro a dezembro - Q4. O teste qui-quadrado (x2) foi empregado para comparar os valores observados (VO) e esperados (VE) dos participantes adotando significância como p < 0,05. Uma análise post hoc com o teste de comparação múltipla foi usada para ajustar a significância pelo método de Bonferroni, identificando onde estavam as diferenças significativas. Essa análise modificou o valor de p, ajustado para p<0,00417. O programa estatístico utilizado foi o SPSS 25.0. Resultados: De acordo com o teste Qui-Quadrado (Tabela 1), ao contrapor os valores observados e esperados, nenhuma diferença significativa (p<0,00417) foi identificada nas categorias sub-13, sub-15, sub-21 e sub-23. Por sua vez, na categoria sub-18o Q4 em G3 obteve um VO significativamente maior do que o VE (VO-20: VE-13; p=0,002). Já na categoria sênior, diferença significativa foi constatada no 3° quartil do G3 (VO-20; VE 12,7; p=0,001). Em contrapartida, na mesma categoria o VO foi menor do que o VE no Q3 em G2 de forma significativa (VO 1: VE 8,1; p=0,001). Conclusão: Pudemos concluir que o EIR foi identificado em atletas de judo do sexo feminino participantes do Campeonato Brasileiro sub-18 e sénior do ano de 2014, indicando que talvez a forma de divisão etária seja ineficaz para tais casos.