Resumo

A divisão das categorias competitivas baseada unicamente pela idade cronológica não considera a variabilidade interindividual observada na maturação biológica, no crescimento e no desenvolvimento dos praticantes, permitindo a existência de uma desvantagem temporária para os jogadores mais novos, que pode gerar implicações negativas no processo de formação dos jovens atletas.

Objetivo: O presente estudo objetiva analisar a presença do efeito da idade relativa (EIR) no decorrer de todas as edições da Copa do Mundo FIFA, comparar os dados de países em separado e discutir possíveis diferenças culturais. A escolha da competição ocorreu por apresentar o mais alto nível competitivo do desporto futebol.

Metodologia: A amostra constitui-se de 8479 registros de jogadores que disputaram uma das 19 Copas do Mundo de Futebol organizadas pela Federação Internacional de Futebol (FIFA), desde 1930 a 2010. As informações foram coletados através do site oficial da FIFA e do site „O Gol‟. Foram analisadas todas as Copas do Mundo e todas as seleções, verificando o EIR, realizando análises descritivas e o teste de qui-quadrado ( ²). Foram analisadas ainda as seleções que responderam positivamente ao contato referente ao seu calendário desportivo no decorrer dos anos.

Resultados: Dentre as 19 competições observadas, apenas as Copas do Mundo de 1930, 1950, 1978 e 1990 apresentaram a presença do EIR (p>0,05). No segundo momento, foi observada diferença significativa (p>0,05) para as seleções Inglaterra (1986), França (1966 e 1986) e Dinamarca (2010).

Conclusão: O presente estudo observou a existência do EIR em quatro edições das Copas do Mundo, levando a crer que ao chegar no mais alto nível de exigência no futebol o efeito da idade relativa tende a diminuir ou simplesmente não existir. As particularidades culturais, quanto à popularidade, à estrutura e à organização do esporte dos três países que apresentaram o EIR podem ser um fator de interveniência no fenômeno.

 

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