O efeito do ensino das habilidades para a vida em escolares iniciantes no voleibol
Por Carolinne Silva Gonçalves (Autor), Marcos Henrique do Nascimento (Autor), Peri Emerson Silva Cunha (Autor), Lucas Salustiano Manzi Folly (Autor), Marcelo Couto Jorge Rodrigues (Autor).
Em 13º Congresso Internacional do Conselho Regional de Educação Física da 7ª Região CONCREF
Resumo
As habilidades para a vida (HV) surgiram no contexto do Desenvolvimento Positivo de Jovens e permitem aos indivíduos terem sucesso nos diferentes ambientes em que vivem, como a escola, em casa e em sua comunidade. Objetivo: Comparar a aquisição das HVs entre sequências pedagógica baseada no ensino explícito e implícito do voleibol em estudantes do 6ºano do ensino fundamental. Referencial teórico: A aprendizagem das HVs pode ocorrer de forma implícita e explícita. A forma implícita é não-intencional e se refere a programas esportivos e aulas que focam, exclusivamente, em desenvolver as habilidades esportivas, sem intenção direta em desenvolver as HVs. A forma explícita está presente no contexto esportivo que apresenta intencionalidade direta no desenvolvimento das HVs e as integram nas rotinas de treino/aula, sendo intencionalmente aprendidas (BEAN; FORNERIS, 2016). Materiais e métodos: participaram 88 estudantes com idade entre 11 e 13 anos, divididos em grupos: 1 - ensino do voleibol com o ensino explícito das HVs (G1); 2 - ensino do voleibol com o ensino implícito das HVs (G2); 3 – grupo controle (G3). Foram feitos pré-testes e, após 18 aulas com duração de 60 minutos, os pós-testes. Para a avaliação das HVs, recorreremos à Life Skills Scale for Sport, validada para a língua portuguesa (NASCIMENTOJUNIOR et al., 2019), considerando-se as habilidades: trabalho em equipe, estabelecimento de metas, habilidades sociais, resolução de problemas, habilidades emocionais, liderança, gerenciamento de tempo e comunicação. Para comparação de frequências e médias entre os grupos adotou-se a Anova com medidas repetidas e o post-hoc de Bonferroni. O valor de p considerado foi p<0,05. Os dados foram analisados no Statistical Package Social Science (SPSS). Resultados e Discussão: A ANOVA de medidas repetidas mostrou que houve diferenças no fator interação grupo e tempo para estabelecimento de metas [(F2,50) = 3,012; p=0,058], habilidades sociais [(F2,50) = 1,411; p=0,253], resolução de problemas [(F2,50) = 0,684; p=0,509], liderança [(F2,50) = 0,410; p=0,666], gerenciamento do tempo [(F1,530,38,258) = 2,708; p=0,092] e comunicação [F (2,50) = 5,242; p=0,009]. O post-hoc de Bonferroni mostrou que o G1 apresentou escore médio maior que os G2 e G3 nas variáveis de estabelecimento de metas, habilidades sociais, resolução de problemas, liderança, controle do tempo e comunicação (p<0,05). Conclusão: Este trabalho mostrou que as HVs, quando trabalhadas de forma explícita, favorecem a aquisição/desenvolvimento de habilidades que são indispensáveis à vida cotidiana social dos indivíduos, principalmente na fase de transição da adolescência. Para tanto, durante as atividades é necessário que os professores incentivem a interação social e as atividades de resolução dos problemas para gerar um contexto importante ao desenvolvimento de habilidades para a vida, podendo estas serem transferidas para ambientes fora do contexto da aula.