O Efeito da Transferência Bilateral em Tarefas de Diferentes Complexidades
Por Dayane Pinho (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
Resultados de pesquisas apontam para um efeito assimétrico da transferência bilateral,
ou seja, existem diferenças em termos de melhor direção da transferência entre
membros. Dentre os possíveis fatores de interferência nesse fenômeno, a
complexidade da tarefa vem sendo apontada como uma variável de influência.Assim,
o efeito da direção da transferência bilateral foi investigado em tarefas com diferentes
níveis de complexidade efetora através de 2 experimentos. 20 sujeitos praticaram
uma tarefa de menor complexidade (digitação de uma seqüência de teclas) no 1º
experimento e outros 20 sujeitos praticaram uma tarefa de maior complexidade
(posicionamento de bolas de tênis entre recipientes) no 2º experimento. Ambas as
tarefas tiveram como meta a execução dos movimentos em velocidade máxima.
Nos 2 experimentos os sujeitos foram designados para: 1) grupo de sujeitos que
praticou com a mão preferida e foi testado com a mão não-preferida (GMP) e 2)
grupo que praticou com a mão não-preferida e foi testado com a mão preferida
(GMNP). Os experimentos constaram de pré-teste, aquisição e pós-teste. Para a
análise inferencial, foram conduzidas Anovas two-way e testes Post Hoc de Tukey
para as médias de tempo de movimento. A análise do desempenho entre o pré e o
pós-teste não indicou diferença entre grupos tanto para a tarefa de menor
complexidade (p=0,52) quanto para a tarefa de maior complexidade (p=0,53). Foi
encontrada diferença significativa para o fator blocos nos 2 experimentos, tendo o
bloco do pós-teste apresentado maior desempenho comparado ao bloco do pósteste (p<0,01). Resultados contrários em relação a melhor direção da transferência
foram encontrados nas tarefas de diferentes complexidades quando analisados o
último bloco da aquisição e o bloco do pós-teste. Na tarefa de menor complexidade,
o último bloco da aquisição do grupo GMP apresentou menor tempo de resposta
comparado ao bloco do pós-teste do mesmo grupo (p<0,01). Por outro lado, na
tarefa de maior complexidade, o último bloco da aquisição do grupo GMNP
apresentou menor tempo de resposta comparado ao bloco do pós-teste do mesmo
grupo (p<0,01). Esses resultados sugerem que a melhor direção da transferência
relaciona-se à complexidade da tarefa. Na tarefa mais simples, a melhor direção da
transferência ocorreu do membro não-preferencial para o preferencial, enquanto
que na tarefa de maior complexidade, a melhor direção encontrada foi a do membro
preferencial para o preferencial.