Resumo

Este estudo caracteriza-se por uma pesquisa qualitativa de natureza crítico-dialética da investigação científica produzida historicamente na área da Educação Física e do envelhecimento. No qual o objetivo foi analisar os pontos de conflito da práxis da pesquisa científica no que diz respeito à avaliação do idoso na área da atividade física. Os procedimentos metodológicos compreendem a análise documental de periódicos nacionais de expressão nos meios científicos da Educação Física e Gerontologia, bem como Anais de Congressos Nacionais, abrangendo o período compreendido entre 1995 a 2001. Dos quais foram analisadas as divergências entre os autores, no que diz respeito à metodologia, instrumentos, população e se os resultados obtidos pela análise dos dados esclarecem os objetivos iniciais das pesquisas. Como também foram identificados e catalogadas propostas feitas pelos autores quanto à solução das dificuldades encontradas no decorrer das pesquisas, fundamentando através da literatura especializada no campo da gerontologia, as questões levantadas e resultados obtidos. Levando em conta a afirmação de Marx, que a solução "de contradições teóricas é possível unicamente pela vida da prática" (Trivifíos, 1987) É que foram incluídos, como material de apoio para discussão da problemática encontrada, os registros de campo do trabalho com idosos. Pois segundo Wright Mills (1982), "a incorporação da experiência vivida pode conferir alma à pesquisa". Fazendo assim, o que a dialética preconiza, partindo do conflito e da contradição levar a transformação; das vertentes, idéias e conceitos a respeito da observação e avaliação do idoso. Observou-se que a partir do Ano Internacional do Idoso, 1999, houve uma mudança no enfoque das pesquisas onde anteriormente as estratégias de intervenção buscavam um estímulo externo ao idoso, numa tentativa de levá-Io a alcançar aquilo que é considerado bom pela ciência e pelo meio e não, necessariamente, por ele. Onde os modelos estabeleciam, a priori, metas a serem atingidas a partir de padrões preestabelecidos. Hoje o enfoque é do paradigma da capacidade funcional e o que está em jogo é a autonomia. Com a visão de saúde dentro de uma nova ótica resultante da interação multidimensional entre saúde física, mental, independência na vida diária, interação social, suporte familiar e independência econômica. Há uma preocupação maior em descrever o perfil sócio-cultural da população estudada, e não só quantificar os resultados, mas embasar as observações, através de imagens e depoimentos. Uma das justificativas para essa tomada de consciência é justamente o número de cursos de pós-graduação na área do envelhecimento nesses últimos anos. Ampliando o acesso a informações e oportunidades de vivenciar o trabalho com essa faixa de população.

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