Resumo
Vamos jogar bola? O que pode haver ou o que se pode interpretar analisando esta pergunta? Quando falamos em jogar está implícita uma série de fatores que somente ocorre com humanos. Todo o esporte um dia foi um jogo (encontro), porém em algum momento o esporte deixou de ser jogo (desencontro). O presente estudo pretende abordar estas relações e analisar como isto acontece. Descrever as concepções de esporte e jogo que se percebem e que a mídia nos apresenta. Além disso, discutir em que contexto é possível praticar este esporte sem perder de vistas os valores de aprendizagem social e motora. O estudo questiona o seguinte: O ensino dos jogos, visando a humanização, o lúdico, a emancipação e crítica ainda é possível no mundo da indústria cultural, da mídia esportiva e do consumismo de bens e benefícios prontos (em que perguntar, problematizar dá muito trabalho)? A partir deste questionamento central o estudo busca, então, possibilidades de superação desta problemática. Como enfoque metodológico, o presente estudo tem como referência a pesquisa teórica e exemplificação prática sob o viés da Transformação Didático-Pedagógica do Esporte - TDPE e do Teaching Games for Understanding Ensinando Jogos pela Compreensão TGFU. Propõe a releitura da obra de Elenor Kunz, embasada filosoficamente e engajada na emancipação do sujeito, e dos ingleses Rod Thorpe, David Bunker e Len Almond, voltada para retomar a diversão e o prazer de jogar. Do mesmo modo serão verificados os valores que sustentam a concepção atual do esporte, as formas de desenvolvê-lo e que levem a resgatar outros valores além do motor e também a ser um elemento que possa ser considerado parte integrante da cultura, diversão, alegria, cidadania e saberes modernos. Busca-se na teoria do Se-movimentar, na educação física crítico-emancipatória, as matrizes teóricas desta proposta. Noutro ponto a relação possível, mediante a prática esportiva, baseadas no desenvolvimento das competências: objetiva, social, pessoal, cognitiva e comunicativa que visem a transcendência de limites e de outras possibilidades. O movimento humano por esta ótica deve nortear as referências pedagógicas, enquanto ciência do educador, para recuperar os valores sociais e motores do esporte.