Resumo

Nos jogos esportivos de invasão as equipes podem disputar a bola e invadir a meia quadra adversária em busca de atingir uma meta. Uma forma de organizar seu ensino é por meio das seguintes estruturas: substantiva (o que ensinar), temporal (quando ensinar) e pedagógica (como ensinar). Objetivo: Compreender a perspectiva de professores de educação física escolar sobre o ensino dos esportes de invasão. Metodologia: A pesquisa é descritiva, qualitativa e de campo, adotando entrevista estruturada realizada com 4 professores de educação física dos anos finais do Ensino Fundamental da rede estadual de Manaus-AM, em setembro de 2023. A pesquisa respeitou procedimentos éticos, sendo aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Amazonas, sob o parecer 6.097.616. As categorias foram embasadas nas estruturas de ensino e foi realizada análise de conteúdo. Resultados: Foram citados enquanto esportes trabalhados, futsal, handebol, barra-bandeira e queimada, o que demonstra certa dificuldade dos participantes quanto à compreensão do fenômeno esportivo e do que efetivamente é um jogo esportivo de invasão. Os motivos para escolha foram a disponibilidade de material, preferência dos alunos e aspectos sociais. Os conteúdos mais citados foram regras, cooperação e ludicidade. Somente os participantes A e D adaptavam conteúdos conforme o ano escolar e todos priorizavam o princípio global-funcional a partir de jogos pré desportivos e, e em segundo plano, jogo formal. Os desafios apontados foram a falta de material (A e D), estrutura física (C) e concorrência com a tecnologia (B). Conclusão: Os professores focam em aspectos sociais, cooperativos e lúdicos, mas há falta de ensino de técnicas e táticas específicas e diversificação de atividades. Há prevalência do princípio global-funcional, mas com certa preponderância de jogos pré desportivos, o que, se não associado a atividades mais específicas, arrisca que o aluno nunca aprenda, de fato, o esporte.