Resumo

Uma nova realidade social para a terceira idade em nosso país já é indiscutível,
sendo fruto de iniciativas desenvolvidas em várias cidades e instituições espalhadas
por nosso país. Na cidade de Santa Maria-RS, o Núcleo Integrado de Estudos e
apoio à Terceira Idade trabalha a mais de 20 anos com os "grupos de atividades
físicas" em um projeto que mantém os idosos em seus bairros, e somando mais de
60 grupos, urbanos e rurais dos quais para esta pesquisa, foram selecionados 20, a
partir dos critérios de antiguidade, número de participantes e visibilidade social.
Esta pesquisa que atualmente conta com apoio do CNPq, com registro no Gabinete
de Projetos da UFSM sob Nº 017828, tem como objetivo compreender a cidade de
Santa Maria como espaço de construção do envelhecimento humano. No âmbito
da educação física, se localiza em uma perspectiva crítica, na medida em que busca
entender as atividades físicas - e o envelhecimento - em seus determinantes sociais
e culturais. Como instrumentos de coleta de informações / dados foram elaborados
vários instrumentos: entrevista com os coordenadores dos grupos, com os monitores
desses grupos, com todos os idosos do grupo, um levantamento do espaço físico e
dos materiais disponíveis, contato com pessoas da comunidade (professores,
comerciantes, etc). Entre os resultados obtidos até o momento, destacam-se o perfil
dos coordenadores dos grupos de convivência: situam-se na faixa etária dos 55 aos
72 anos, 55% estudaram apenas nas séries iniciais, destes coordenadores 90% se
declararam católicos, sendo que 20% já é coordenador do grupo a mais de seis anos.
Com relação aos espaços, a grande maioria dos 20 grupos dispõe de lugares
adequados, amplos e iluminados e com acesso fácil, ocorrendo quase que totalmente
em salões de Igrejas. Quanto aos materiais disponíveis, todos os grupos dispõem de
cadeiras de madeira, além de pesos feitos com garrafas de plástico e areia, e em
alguns casos bastões. Os conteúdos trabalhados são predominantemente a ginástica,
em suas diversas formas, além de atividades recreativas e dança em menor proporção.
Conclui-se da importância de investir na formação gerontológica dos acadêmicos
para possibilitar leituras críticas dos processos de envelhecimento.

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