O Esporte e a Escola no Mesmo Time: (re) Montando Um Quebra-cabeça de Jogos Pedagógicos
Integra
Introdução: O desafio em promover um diálogo produtivo entre esporte e escola mais do que uma simples excitação no discurso, implica em visualizar a complexidade destas duas instituições. Em primeiro lugar registramos os eventos escolares em torno do esporte, resgatando o fazer ainda dominante da Educação Física. Em segundo lugar, a formação inicial e permanente do professorado de Educação Física, sua condição salarial, de carreira docente e perspectiva de trabalho como pano de fundo da proposta. Neste território, dado os limites do texto, tal discussão será apenas pontuada. Por fim, o principal elemento de ligação entre escola e esporte é constituído pela construção da presente proposta de Jogos Pedagógicos (competições e festivais) que, por sua vez, constitui um complicado quebra-cabeça do esporte no interior da Educação Básica. Talvez seja possível criar uma perspectiva concreta para as mudanças e adaptações necessárias à pedagogia do esporte - algo que não seja apenas discutido (e discursivo), mas também testado e realizado no cotidiano das escolas.
Objetivo: Articular a relação esporte-escola, compreendendo-a como unidade e possibilidade de educação integral a partir da proposição de um evento esportivo nominado "Jogos Pedagógicos".
Metodologia: Separadas para efeito didático, as noções de esporte e competição indicam, cada uma a sua maneira, elementos de realização objetiva de suas intenções. De um lado, o processo de preparação esportiva, de outro, o evento competitivo propriamente dito. Após discussões e reuniões sobre a possibilidade de criação de um evento esportivo efetivamente formador e pedagógico, foram aprofundados elementos filosóficos, didáticos e psicológicos do esporte visando uma organização democrática, plural e coletiva. Aplicados os jogos, registros e avaliações foram colhidos para a construção da presente apresentação.
Resultados: Os Jogos Pedagógicos devem ser apresentados como competições e festivais, ou seja, tanto como superação e desafio em atividades competitivas e adequadas às possibilidades das crianças como na retirada da seriedade e rigidez, incluindo a criatividade e a alegria como eixos da festa esportiva. A proposta também indicou: maior coerência e significância pedagógicas nas ações dos alunos-jogadores, principalmente relacionadas à compreensão, criatividade, competitividade, cooperação e co-responsabilidade; reflexões sobre o significado de vencer e perder; construção de ações humanizadoras incluindo o entendimento de que o esporte é um patrimônio da humanidade. Dentro da escola, nesta lógica, ensiná-lo e aprender com ele, passam a ser questões cruciais.
Conclusão: O esporte e a escola podem ‘jogar no mesmo time’ mas para isso é necessária uma inflexão no pensar e fazer esportivo da pedagogia e dos próprios professores. Desenvolver jogos pedagógicos em forma de competições e festivais é racionalmente possível e constitui êxito para a unidade esporte-escola.