Resumo

O estudo retrata a difícil realidade da periferia de Brasília. Tal região apresenta índices de desenvolvimento bastante aquém do potencial econômico da capital federal. A pesquisa objetivou compreender a manifestação do “Basquete de Rua” como expressão sociocultural esportiva de grupos sociais da periferia urbana de Brasília. A partir de uma pesquisa de campo, com base em registros de diário de campo, entrevistas semiestruturadas e não-diretivas junto a um grupo pertencente à Central Única das Favelas (CUFA) foi possível verificar o esforço de mobilização comunitária que toma como mote o esporte como prática de lazer e estabelece o “Basquete de Rua” como um fenômeno sociocultural privilegiado na construção de uma identidade cidadã e de pertencimento local. No caso, o esporte ascendeu a uma condição que extrapolou a visão ingênua de ser ele um agente quase que exclusivo de ascensão de classe para comunidades que vivem em estado de vulnerabilidade social. Nesse sentido, o esporte forjou a mobilização de jovens que passaram à ressignificar a estética do basquetebol, tornando-o centro de convívio em espaços de lazer que não se estrutura e não se determina pela lógica da indústria esportiva e cultural de massa. A organização do grupo social envolvido na prática esportiva assaz favoreceu as ações educativas junto aos praticantes do “Basquete de Rua” da cidade. Entretanto, a falta de investimento em espaços estruturados de lazer para a prática esportiva determina o quantitativo de sujeitos que se inserem de maneira assídua nas atividades da CUFA.

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