O esporte pedagógico como possibilidade para o desenvolvimento físico, social e cognitivo

Parte de Para além de uma Educação Física escolar: mediação pedagógica e o processo de ensino e aprendizagem . páginas 38 - 50

Resumo

Antes mesmo de pensarmos em falar, já estamos nos comunicando através de gestos e símbolos, criados nos laços constituídos dentro de uma família. Essa comunicação vai ganhando códigos à medida que os contatos sociais vão se ampliando. A criança, quando chega à escola, já traz consigo uma bagagem histórica e cultural que é preciso respeitar e transformar em conhecimentos através da decodificação desses símbolos em uma realidade cognitiva. À medida que a linguagem e a escrita são inseridas no âmbito escolar, desde cedo as crianças são incentivadas a produzir textos e ampliam seus vocabulários, aumentando, assim, sua capacidade de compreensão. Esses processos são ampliados à medida que começam a estabelecer relações entre o mundo e as situações que vivenciam dentro e fora da escola. Segundo Teberosky (2001), a alfabetização não consiste unicamente em aprender a ler e a escrever para reproduzir o conhecimento que outros elaboraram, mas sim em capacitar os sujeitos a usar, de forma autônoma, essas habilidades. O aluno pode trazer habilidades que irão contribuir com o conhecimento cognitivo e superar a expectativa no aprendizado. Já Soares (1996) acredita que a alfabetização é um processo multifacetado, que exige conhecimentos conceituais, perceptuais e atitudinais, que envolvem várias áreas do conhecimento humano - psicológica, psicolinguística, sociolinguística e linguística - além da compreensão da dimensão individual e social do ato de ler e escrever. Enfim, para se ter uma criança alfabetizada, é preciso que ela decodifique os símbolos e transforme-os em conceitos criados pela sociedade.