Resumo

Introdução: esta pesquisa versa sobre a utilização de indicadores antropométricos na avaliação da obesidade e na estimativa do risco coronariano elevado. Está estruturada noformato de cinco artigos científicos. Objetivo: estabelecer os pontos de corte no índice de conicidade (Índice C) e em outros indicadores antropométricos de obesidade, analisando a associação e poder discriminatório, a fim de avaliar a obesidade e estimar o risco coronariano elevado em militares do Exército Brasileiro (EB). Métodos: inicialmente, foi realizado um estudo de atualização, por meio de revisão sistemática, nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde, no período compreendido entre fevereiro de 1993 e abril de 2010. Nas pesquisas subsequentes, foi utilizado o banco de dados do Projeto TAF 2001 Aptidão Física e Risco de Doença Cardíaca Coronariana no Exército Brasileiro do Instituto de Pesquisa da Capacitação Física do Exército (IPCFEx), baseado em estudo de corte transversal. Realizou-se: 1) a correlação dos diversos indicadores antropométricos de obesidade (massa corporal total-MCT, índice de massa corporal-IMC, índice da relação cintura / quadril-IRCQ, Índice C, circunferência de cintura-CC, índice indicativo da gordura corporal-IGC e relação cintura / estatura-RCEst) com o percentual de gordura corporal (por cento GC); 2) o estabelecimento dos pontos de corte do Índice C, como discriminador do risco elevado de doença coronariana, segundo critérios de sensibilidade e especificidade; 3) aavaliação do desempenho de diferentes pontos de corte de indicadores antropométricos de obesidade generalizada; e 4) a comparação do potencial de risco elevado de doença coronariana, por meio de diferentes indicadores antropométricos de obesidade. Resultados: na correlação entre os indicadores antropométricos de obesidade com o por cento GC, todos apresentaram correlações positivas, sendo as mais significativas e fortes as do Índice (...)
Finalmente, na comparação do potencial de risco elevado de doençacoronariana, por meio de diferentes indicadores antropométricos de obesidade, encontrou-se valores médios inferiores à classificação do risco coronariano elevado somente nos grupos mais jovens (até 20 anos e de 21 a 30 anos), enquanto que nos demais houve dois ou mais indicadores acima dos pontos de corte, classificando os grupos como em risco. Conclusão: o Índice C e o IGC revelaram-se como os melhores indicadores antropométricos de obesidade na estimativa da composição corporal pelo por cento GC. No entanto, na avaliação do potencial de associação dos indicadores antropométricos com o risco elevado de doenças cardiovasculares, todos apresentaram desempenhos satisfatórios e não tão distintos, mostrando o RCEst e, novamente, o IGC, melhor poder discriminatório para o risco. Sugere-se a adoção do Índice C no EB, segundo seu ponto de corte, como instrumento de avaliação individual e de estudos populacionais, dentro de uma política preventiva dos possíveis agravos associados à obesidade, uma vez que a informação acerca do risco de gerar doença coronariana obtida nos grupos acima de 31 anos parece ser alarmante.

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