O Estilo de Vida das Pessoas com Síndrome de Down em Santa Catarina
Por Markus Vinícius Nahas (Autor), Mauro Virgilio Gomes de Barros (Autor), Joice Valdete Rosa (Autor).
Em Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde - RBAFS v. 4, n 1, 1999.
Resumo
Estima-se que 10 a 15% dos catarinenses sejam portadores de alguma for ma de deficiência e que, destes, aproximadamente 3% tenham Síndrome de Down (SD). Este estudo teve como objetivo caracterizar esta população (pessoas com SD) quanto aos aspectos pessoais, familiares, educacionais e do seu estilo de vida (incluindo atividades da vida diária e prática de atividades físicas). Foram distribuídos, através das principais instituições educacionais do estado, quatro mil questionários que deveriam ser preenchidos pelos pais ou professores. Houve um retorno de 687, sendo 408 de sujeitos do sexo masculino (16,2 ± 11,8 anos) e 279 referentes a sujeitos do sexo feminino (16,7 ± 12,6 anos). Os resultados gerais indicam que: a) nasceram, em média, com 2,94 kg e 47,09 cm, começando a andar, aos 36,9 meses-, b) 9% são filhos únicos, 42% tem entre 1 -3 irmãos e 49% tem mais de 3 irmãos-, c) apenas- 7,61% dos sujeitos com mais de sete anos são alfabetizados-, d) 83% participam de aulas de Educação Física, mas apenas 31,2% (n = 162) praticam esportes fora das instituições (37,8% no sexo masculino e 21,6% no feminino) - dados que se assemelham aos da população brasileira em geral. Observou-se uma participação muito pequena destes indivíduos no ensino regular, confirmada pelo baixo índice de alfabetização. Confirma-se uma grande variabilidade interindividual. Ainda há pouco envolvimento do portador da SD em formas de lazer ativo, estando as atividades ainda muito centradas em formas passivas, como ouvir música e assistir TV.