Resumo

A natureza do trabalho policial caracteriza-se por apresentar atividades críticas exaustivas, bem como situações ocupacionais que exigem elevada aptidão física, como correr, saltar, puxar, empurrar e carregar. Os equipamentos de proteção individual (EPI) e operacional são dispositivos obrigatórios para o desempenho da profissão tática policial, os quais, devido à sobrecarga física, podem gerar modificações fisiológicas e afetar o desempenho do militar em operações. Objetivo: avaliar o desconforto muscular de policiais militares do Batalhão de Missões Especiais do Espírito Santo com e sem o uso do fardamento de policiamento ostensivo. Métodos: Participaram do estudo 41 policiais militares, todos pertencentes ao Comando de Operações Especiais (COE), lotados no Batalhão de Missões Especiais (BME) da cidade de Vitória - ES. O fardamento ostensivo é constituído pela combinação de equipamentos obrigatórios como colete balístico, cinto tático, coldre de perna, armas com seus carregadores principais e sobressalentes municiados, faca, coturnos, algemas, rádio comunicador e lanterna. A avaliação do desconforto musculoesquelético foi realizada através a aplicação do Diagrama de Corlett & Manenica com e sem o fardamento ostensivo completo. O instrumento divide o corpo em 27 partes e oferta ao avaliado um índice de desconforto em uma escala variando de 1 (ausência de dor) a 5 (dor extrema). Os dados são apresentados em média ± desvio padrão com as comparações entre os militares realizadas pelo teste t não pareado utilizando o software GraphPad Prism com nível de significância de p<0,05. Resultados: A idade média geral foi de 37,1 ± 6,05 anos, índice de massa corporal de 28,2 ± 3,6 kg/m2 anos e 13 ± 6,7 anos de tempo de serviço. diferença estatística (p<0,05) foi encontrada na massa corporal sem (86,80 ± 11,74, kg) e com (100,4 ± 12,24, kg) o fardamento ostensivo, totalizando um acréscimo de 13,06 ± 2,89 kg de massa proveniente dos equipamentos do fardamento. Diferenças significativas foram encontradas em todas as partes do corpo apenas na condição com e sem o fardamento ostensivo. Considerando o desconforto lombar, diferenças significativas (p<0,0001) foram encontradas com (2,70 ± 1,30) e sem (1,83 ± 1,17) o fardamento. Conclusão: o uso do fardamento de policiamento ostensivo promove desconforto muscular de policiais militares do Batalhão de Missões Especiais do Espírito Santo.

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