Resumo

Um suporte que pode ser escalado feito árvore ou vivido como pausa na janela. Tem traços de balanço, é convidativo. Diante de tantos estímulos do mundo, o simples parece ser suficiente para nos provocar: duas cordas, uma barra, o trapézio estático. Já parte constituinte do que eu sou e de como meu corpo se forma. De como eu me concebo. “O homem cria, não apenas porque quer, ou porque gosta, e sim porque precisa; e ele só pode crescer, enquanto ser humano, coerentemente, ordenando, dando forma, criando.” (Ostrower, 2012, p.10) O presente trabalho tem como objetivo lançar olhares sobre a experiência de dar forma vivida no trapézio, tomando-a como fenômeno lúdico, provocativo e imagético. A díade corpo-trapézio em interface com o fenômeno artístico e com o olhar antropo-filosófico traz reflexões a respeito da corporeidade que nos atravessa (Merleau-Ponty, 1999), das possibilidades de expressão e de autoconhecimento a partir da materialidade do mundo (Bachelard, 2001), bem como da dimensão da presença (Gumbrecht, 2010). Considerou-se na metodologia notadamente qualitativa os seguintes aspectos: elementos empíricos observados neste fazer corpóreo e vividos como experiência pela pesquisadora; e o diálogo com outras duas trapezistas mulheres, Verônica Piccini e Thais Moreira.

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