O futebol na agenda governamental: implementação de ações nos mandatos Lula, Dilma, Temer e Bolsonaro
Por Breno Brey D'auria (Autor), Dirceu Santos Silva (Autor).
Resumo
A relação do Estado brasileiro com o futebol teve o seu início com a chegada da modalidade no país e se intensificou com o processo de profissionalização (Guterman, 2015). A aproximação do Estado com o futebol ocorreu de diversas formas: desenvolvimento da própria modalidade esportiva que exigiu atualizações de regulamentações que norteassem o esporte; interesse do próprio Estado para o desenvolvimento e difusão da prática no país; e pressão da sociedade que exigiu medidas de controle e regulação por parte do Estado (Matias & Mascarenhas, 2017). Em decorrência da relação histórica do futebol com o Estado brasileiro e das condições nas quais governos atuam para definirem suas agendas é que se destaca a importância de investigar como diferentes governos deram atenção ao futebol e em quais aspectos foram mais atuantes. Objetivo(s): Analisar as ações atreladas ao futebol que compuseram a agenda do governo federal entre os anos de 2003-2022. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa qualitativa (Minayo, Deslandes & Gomes 2011) atrelada a utilização dos métodos documental e descritivo (Bogdan & Biklen, 1994). Os documentos analisados foram os Planos Plurianuais (PPAs) e os relatórios anuais de avaliação. Principais Resultados: Nos mandatos do governo Lula, nenhum objetivo vinculado ao futebol foi identificado e as ações apareceram nos relatórios anuais de monitoramento e avaliação dos PPAs. No primeiro mandato, identificou-se a expectativa em sediar a Copa do Mundo de Futebol em 2014, a aprovação da Timemania em 2006 e a sua implementação em 2007, além de destacar a preocupação com os rumos administrativos dos clubes (Brasil, 2007; Brasil, 2008). No segundo mandato, temos a ação intitulada “Implantação de Controle de Acesso e Monitoramento nos Estádios de Futebol para Segurança do Torcedor” implementada entre 2009 e 2011 (Brasil, 2010; Brasil, 2012). Nos dois mandatos não foram identificados nenhum programa finalístico e as ações estão voltadas ao futebol profissional. No governo Dilma, o futebol esteve mais presente na agenda em decorrência da realização da Copa do Mundo de Futebol em 2014.