Resumo

O presente artigo pretende refletir, a partir da trajetória de duas atletas, sobre as relações sociais de sexo e as relações de trabalho que se estabelecem no futebol feminino do Brasil. Foi utilizado o método de entrevista semiestruturada para a coleta de dados e o objetivo específico foi analisar o processo de profissionalização, ou ainda as tentativas de profissionalização, do futebol feminino, considerando as especificidades do esporte e a condição das mulheres no campo esportivo. Conclui-se que as dificuldades da profissionalização da categoria impõem empecilhos à trajetória das atletas e que historicamente houve tentativas de alijamento das mulheres da prática futebolística.“O futebol pode não ter sido profissional comigo, mas eu fui com ele”: trabalho e relações sociais de sexo no futebol feminino brasileiro

Referências

ARAÚJO, Angela M. C.; LOMBARDI, Maria. R. Trabalho informal, gênero e raça no Brasil do início do século XXI. In: Cadernos de Pesquisa. v.43, n.149, p. 452-477 mai-ago, 2013.

BONI, V.; QUARESMA, S. J. Aprendendo a entrevistar: como fazer entrevistas em Ciências Sociais. In: Revista Eletrônica dos Pós-Graduandos em Sociologia Política da UFSC. Vol. 2 nº 1 (3), janeiro-julho/2005, p. 68-80.

BRASIL. LEI Nº 9.615, DE 24 DE MARÇO DE 1998. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9615consol.htm

CLEAVER, Harry. Sports? Play, workandsports. In: CARRINGTON, B.; MCDONALD, I. Marxism, cultural sutdiesandsports. London: Routledge, 2009.

CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL. Regulamento Nacional de Registro e Transferência de Atletas de Futebol. Disponível em: https://cdn.cbf.com.br/content/201503/20150319143412_0.pdf

COSTA, Marcia S. Trabalho Informal: um problema estrutural básico no entendimento das desigualdades na sociedade brasileira. In: Caderno CRH. Salvador, v. 23, n. 58, p. 171-190, jan-abr. 2010.

FRANZINI, Fábio. Futebol é "coisa para macho"?: Pequeno esboço para uma história das mulheres no país do futebol. Rev. Bras. Hist., São Paulo , v. 25, n. 50, p. 315-328, Dec. 2005.

GOODE, W; HATT, P. K. Métodos em pesquisa social. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1975.

GUEDES, Simoni L. O Brasil no campo de futebol. Estudos antropológicos sobre os significados do futebol brasileiro. Niterói: EDUFF, 1998.

HIRATA, Helena; KERGOAT, Danièle. A classe trabalhadora tem dois sexos. In: Estudos Feministas, ano 2, vol.3, p. 93-100, 1994.

KERGOAT, Danièle. Divisão sexual do trabalho e relações sociais de sexo. In: Dicionário Crítico do Feminismo, São Paulo: EDUNESP, 2009, p. 67-75.

NORONHA, Eduardo G. “Informal”, ilegal, injusto: percepções do mercado de trabalho no Brasil. In: Revista Brasileira de Ciências Sociais. v. 18, n. 53, p. 111-129, out. 2003.

PEREIRA, Leonardo Affonso de Miranda. Footballmania: Uma História Social do Futebol no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.

SAFFIOTI, H. “Trabalho feminino e capitalismo”. In: IXth Congress of Anthropological and Ethnological Sciences, Chicago, 1973, pp. 55-96.

SILVA, Marta V. Carta para eu mesma quando jovem. In: The players tribune. 24 ago. 2017. Disponível em: https://www.theplayerstribune.com/marta-letter-to-my-younger-self-portuguese/

Acessar Arquivo