Resumo

Este texto se apresenta como a parte escrita de uma das palestras apresentadas na Mesaredonda intitulada: “As Lutas: significados, princípios e relações com o campo da Motricidade Humana”, apresentada no IV Colóquio de Pesquisa Qualitativa em Motricidade Humana/ III Simpósio sobre o Ensino de Graduação em Educação Física: 15 anos do Curso de Educação Física da UFSCar. Teve como objetivo, partindo de produções bibliográficas desenvolvidas na minha trajetória acadêmica pregressa, buscar indícios da constituição de um habitus da prática de lutas orientais no Brasil, mais especificamente o judô, jiu-jitsu, caratê, aikido, e kung-fu (whushu), utilizando como referencial os estudos de Pierre Bourdieu. Identificou-se como apontamentos que as lutas orientais foram introduzidas no Brasil através dos imigrantes, principalmente os japoneses, e se desenvolveram em um modelo de escolas de ofício, caracterizado pela transmissão de conhecimentos ser feita, primordialmente, numa relação de mestre-discípulo e de tradição oral. Também se observaram, como indícios da composição de um habitus dos praticantes, aspectos referentes ao simbolismo expresso na hierarquização por faixas; no autoritarismo presente por parte dos instrutores nas sessões de treinamento; e no interesse por questões relativas ao desempenho atlético por parte dos lutadores com sucesso competitivo em detrimento da exacerbação dos aspectos tradicionais e da “filosofia” das artes marciais pelos lutadores sem expressão competitiva. 

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