Resumo

Este texto situa a Educação Física como um saber que opera com a educação do corpo, destacando nessa educação o conceito de força. Ainda que esse conceito refira-se, fundamentalmente, a elementos fisiológicos e biomecânicos, compreende-se que há uma projeção de sua representação no imaginário da área, compondo uma percepção híbrida do que significa o desenvolvimento da força. Propõe-se uma reflexão acerca do conceito de força e de homem forte a partir de elementos da filosofia de Friedrich Nietzsche, contrapondo estes argumentos com o imaginário de força comumente presente na Educação Física. Percebe-se que a Educação Física parece ainda conceber e analisar os fenômenos ligados ao corpo de modo mecânico, até mesmo subserviente a padrões sociais de beleza e compleição corporal. Destarte, pensar sobre temas comuns à área a partir de reflexões sobre seus valores pode colaborar para realização de uma educação ativa e não passiva do corpo. Nesse propósito, encontram-se ainda os conceitos de "grande saúde" em Nietzsche e a "euexia" entre os antigos gregos, alternativas que parecem indicar uma educação da força compreendida como uma disposição energética volitiva inerente e imanente aos corpos, distantes de uma mera subserviência a padrões preestabelecidos.

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