O Impacto Da Pandemia Da Covid19 Sobre O Estilo De Vida De Universitários – Estudo Transversal
Por Luana Isabeli Novaes Da Silva (Autor), Aline De Souza Santos (Autor), Sérgio Roberto Adriano Prati (Autor), Thais Regina De Sousa (Autor).
Em 46º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
A pandemia da Covid19 impactou muito na forma de viver da pessoa em todo o planeta. Mudanças no estilo de vida e nos comportamentos do cotidiano implicavam em manter-se mais ou menos seguro ao longo de quase três anos. A rotina e o estilo de vida dos estudantes também foram modificados, e isso contribuiu para elevar riscos à saúde e segurança nessa população. Objetivo: Analisar o perfil do estilo de vida de universitários ao longo de vários anos e verificar o impacto da pandemia sobre o modo de vida dos estudantes. Método: Participaram do estudo 3196 universitários de um campus universitário de Paranavaí-PR, que de forma transversal foram avaliados quanto ao estilo de vida individual a partir do questionário padronizado Estilo de Vida Fantástico (AÑEZ; REIS; PETROSKI, 2008) ao longo de quatro momentos (2011, n=1287; 2016, n=1405; 2019, n=286; 2021, n=218). O questionário é formado por 25 questões, sendo 23 em escala likert (0 a 4pontos) e 2 dicotômicas (0 e 4 pontos), subdividido em 9 dimensões do EV formando o acróstico FANTASTIC (Família; Atividade física; Nutrição; Tabaco/drogas; Álcool; Segurança/estresse; Tipo de comportamento; Introspecção; Carreira). A pontuação do EV geral pode variar de 0 a 100pts., e, quanto mais alto o escore mais seguro e saudável é o EV individual. Resultados: Houve diferença no EV geral nas populações universitárias (P=0,00), sendo que ao longo dos anos percebeu-se que o EV em média decresceu significativamente (2011=68,0; 2016=65,4; 2019=64,2; 2021=60,7pts), e, no ano da pandemia (2021) apresentou-se com o menor escore (maior risco à saúde). Esse situação se repete quando observam-se as dimensões Família/Amigos (F, 2011=6,4pts.; 2021=4,6pts., P<0,00), uso de Tabaco/drogas (T, 2011=14,0pts.; 2021=10,2pts., P<0,00), uso de Álcool (A, 2011=10,9pts.; 2021=9,7pts., P=0,31) e Introspecção (2011=7,6pts.; 2021=6,6pts., P<0,00), mostrando que durante a pandemia os riscos foram aumentados para essas populações relativas esses aspectos. Por outro lado, durante o ano da Covid19 nas dimensões Atividade física (AF, 2016=2,8pts.; 2021=3,2pts., P=0,03), Nutrição (N, 2019=5,6pts.; 2021=6,3pts., P<0,00) e Carreira (C, 2019=2,3pts.; 2021=2,6pts., P<0,00) os universitários apresentaram maiores escores, sugerindo que mesmo em época de grande e grave preocupação com a saúde pública geral esses pontos foram atenuantes de situações mais agravantes, todavia, ainda com resultados aquém do considerado mais seguro e saudável para as dimensões (AF≥6pts; N≥9pts.; C≥3pts.). Conclusões: A pandemia contribuiu para a piora geral no EV de universitários, contudo apresentou-se certa melhor em hábitos de atividade física, nutrição e expectativa com a carreira, contudo ainda em níveis aquém do esperado.