O impacto das recomendações nutricionais para o treino, no desempenho físico e em biomarcadores salivares imunitários e de stress, em jogadoras de andebol feminino
Por Ana Catarina Laranjeira Fernandes (Autor), Alain Guy Marie Massart (Organizador), Ana Maria Miranda Botelho Teixeira (Autor).
Em XIX Congresso de Ciências do Desporto e de Educação Física dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
No desporto é necessário haver um equilíbrio entre o treino e a nutrição para haver bons resultados e menos lesões. Uma boa ingestão de hidratos de carbono acompanhada por uma ingestão adequada de líquidos potencia altos níveis de performance. O andebol, sendo um desporto muito explosivo com momentos de curta duração de alta intensidade, é um exemplo que requer um balanço positivo destes dois fatores. O consumo adequado de hidratos de carbono varia entre os 30-60 g/h e a ingestão de líquidos entre os 400 ml- 600 ml/h no treino. Utilizámos uma amostra feminina de 14 atletas pertencentes à 2ª divisão de andebol feminino. O nosso estudo dividiu-se em dois protocolos, sendo que um (P1) fixava-se nos hábitos normais de ingestão de macronutrientes e de bebida ao longo do treino e um segundo (P2) que consistiu numa adequada ingestão de líquidos, mais concretamente 1200 ml juntamente com 60 g de hidratos de carbono (maltodextrina). Estes dois protocolos foram realizados em dois dias de treino idênticos mantendo sempre o mesmo plano de treino, sendo que para avaliar os efeitos deste macronutriente, recorremos à colheita de amostras salivares realizadas antes do treino, depois do treino e 1h após o fim do treino para podermos quantificar os níveis do IgA, α-amilase, cortisol e osmolaridade; utilizámos o questionário POMS, as frequências cardíacas avaliadas através de cardiofrequencimetros; filmagens durante o treino nos diversos exercícios e, a escala subjetiva de esforço de Foster. O plano de treino consistiu em exercícios baseados na modalidade em questão, com a utilização do teste de sprints repetidos e o teste YoYo IR1. Não obtivemos diferenças nas diferentes variáveis entre os dois protocolos, contudo houve uma melhoria nos esforços das atletas, baseando nos dados dos cardiofrequencimetros, notando-se positiva no P2, protocolo sob o efeito da maltodextrina, revelando que há uma forte possibilidade de se alcançarem resultados positivos na performance desportiva. Evidenciámos que existiu um baixo consumo de HC nas últimas horas antes do treino, levando a um baixo impacto no rendimento do treino.