Resumo

O presente estudo teve como objetivo identificar e analisar aspectos característicos de atletas de futebol profissional do Estado do Rio de Janeiro, relacionados a fatores sociais, educacionais e de formação básica dos mesmos. Para isso, investigou-se a classe socio-econômica e a formação destes atletas nos seus respectivos clubes, no período em que se encontravam nas categorias de base, além de seus atuais níveis de escolaridade. Os sujeitos estudados foram jogadores pertencentes às 6 melhores equipes de futebol do referido Estado. O instrumento utilizado no estudo foi um questionário contendo 37 perguntas e o tratamento estatístico realizado foi uma análise descritiva simples. O resultado da pesquisa parece indicar que o jogador de futebol profissional de primeira linha do Estado do Rio de Janeiro não advém de classes sociais tão desfavorecidas. A maioria provém da capital do Estado citado e quase metade do total, 48,37%, tem origem no interior do mesmo Estado ou fora deste. Pertence a uma classe média e o nível de escolaridade dos pais, quando iniciaram no futebol, pode ser considerado bom, o mesmo acontecendo com o dos próprios jogadores na atualidade, levando-se em consideração a realidade educacional brasileira. A maior parte dos atletas somente estudavam quando iniciaram no futebol sistematicamente e o fizeram na faixa etária entre 14 e 18 anos, que pode ser considerada alta para a maioria dos especialistas em treinamento de jovens atletas de futebol. A média de idade dos jogadores estudados foi de 23,83 anos e a idade na qual jogaram pela primeira vez em uma equipe de profissionais foi de 18,70 anos, o que poderia vir a acarretar uma especialização precoce por parte destes atletas. Os jogadores tiveram a formação básica dada, principalmente, por profissionais com graduação em Educação Física e acreditam que o treinador que tenha esta formação profissional, acrescida do fato de ter sido um atleta deste desporto, é o que tem o perfil ideal para a função, seja qual for a faixa etária. No entanto, concordam que os melhores profissionais deveriam atuar nas categorias de base e que estas contribuem de maneira importante para a ascensão à categoria de profissionais, principalmente de uma equipe considerada grande de nosso futebol. A maioria dos atletas não consegue conciliar treinamentos e jogos com os estudos, por isso estes não tiveram continuidade. Porém, um percentual bastante significativo pretende retornar e, de preferência, concluir um curso superior, pois consideram muito importante a formação escolar para o atleta de futebol e que esta tem a possibilidade de auxiliá-los dentro e fora do campo. Por fim, para a maioria dos atletas estudados, o mais importante para um jogador de futebol ser bem sucedido profissionalmente é a sua formação nas categorias de base, vindo, em segundo plano, a necessidade pessoal de ascender na vida.

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