Resumo

O objetivo desta pesquisa é avaliar a contribuição do jogo de Fusen como recurso pedagógico na inclusão de estudantes com deficiência física severa em aulas de Educação Física. Criado no Japão, o jogo de Fusen é uma atividade lúdica com caráter cooperativo e que foi desenvolvido para incluir pessoas com deficiência, em especial os casos mais severos de deficiência física. O estudo também busca examinar desafios enfrentados por professores de Educação Física para incluir estudantes com deficiência. O aporte teórico percorre os caminhos da Educação Especial e o da Educação Física, revelando possíveis encontros e tensões ao longo da história, além da relação do estudante com deficiência física severa com a área da Educação Física. Como percurso da prática, veementemente solicitada pelo teor da Educação Física escolar, observamos o fenômeno do jogo e as possibilidades de vínculo com os processos inclusivos por meio do lúdico e dos jogos cooperativos A investigação consiste em um estudo qualitativo de natureza exploratória, composto por entrevistas semiestruturadas em que procuramos reunir dados, informações e hipóteses sobre uma questão de pesquisa com pouco estudo anterior. As entrevistas foram realizadas com oito professores de Educação Física que utilizaram o jogo de Fusen com estudantes com deficiência física severa em aulas de Educação Física no município de Caxias do Sul - RS. A análise dos dados foi realizada com base na análise de conteúdo de Bardin (2004). Os resultados foram analisados e organizados em quatro categorias: a) Educação na perspectiva da Inclusão; b) Educação Física e inclusão; c) O estudante com deficiência física severa; e d) O jogo de Fusen. Os resultados revelam a existência de um constante desafio na tentativa de viabilizar uma aula de Educação Física inclusiva. A utilização da Educação Física adaptada, por meio dos esportes adaptados, pode levar a práticas segregadas, contrariando os pressupostos inclusivos. Ao longo desta pesquisa foi possível perceber que os próprios professores entrevistados apontam para a importância da formação do professor para que ele possa lidar melhor com as diferenças na escola. 

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