Resumo

A presente pesquisa tem como objetivo estudar a cobertura noticiosa do futebol de mulheres no Brasil em espaços midiáticos hegemônicos e não hegemônicos, tendo em vista o foco na midiatização desta pauta e na visibilidade jornalística do esporte feminino. Reconhecendo a importância de uma abordagem interseccional em um estudo que trata de uma modalidade esportiva praticada por mulheres, sustentamos que esse cenário suscita, além da centralidade do marcador de gênero, questões de raça e classe. Nesse sentido, selecionamos como objetos os conteúdos jornalísticos produzidos pela Rede Globo e pelo Dibradoras em múltiplas plataformas, desde a televisão aberta até o ciberespaço, durante o ano da nona edição da Copa do Mundo de Futebol Feminino, realizada pela Fifa, na Austrália e na Nova Zelândia, em 2023. Assim, temos como propósito analisar o cenário de reivindicações por reconhecimento, infraestrutura, profissionalização, visibilidade e legitimidade do futebol de mulheres no âmbito nacional por meio do olhar voltado a cinco clubes do Estado de São Paulo: Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos e Ferroviária. Assim, discutiremos o papel do jornalismo esportivo em sua relação histórica com o futebol feminino, a forma como essa modalidade esportiva é apresentada pela mídia para o público, como as notícias são construídas e quais estratégias de midiatização são colocadas em prática. Logo, a justificativa desta análise se baseia na investigação do desenvolvimento da relação das mulheres com o jornalismo e este esporte espetacularizado, que é o futebol, na sociedade midiatizada, em um estudo cujo caráter sociocultural dos processos midiáticos se destaca.

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