O lugar que o lazer ocupa na vida dos servidores públicos federais aposentados
Por Paula Leite Antunes de Macedo (Autor), Gislane Ferreira de Melo (Autor).
Em 13º Congresso Internacional do Conselho Regional de Educação Física da 7ª Região CONCREF
Resumo
As definições de lazer giram tanto em torno do tempo livre das obrigações, quanto do seu caráter cultural e humano. Independentemente da corrente utilizada, o duplo aspecto educacional do lazer (educação pelo lazer e para o lazer) nos auxilia no propósito de exercermos o direito ao lazer de forma ativa e como protagonistas em todas as fases da vida, especialmente na aposentadoria, em que há uma tendência a ter mais tempo disponível. Assim, o objetivo desse trabalho foi comparar a prática de lazer, antes e após a aposentadoria, de servidores públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE. Para tanto, participaram da pesquisa 37 servidores aposentados, sendo 67% mulheres, com média de idade igual a 64,89 ± 7,83 anos. Os resultados demonstraram que 60,6% dos entrevistados aumentaram sua prática de lazer e que 18,2% diminuíram, comparando o período antes e após sua aposentadoria. O restante da amostra (21,2%) afirmou que sua prática de lazer continuou igual àquela anterior à sua aposentadoria, sendo que 12,1% inferiram que esta prática sempre foi alta e 9,1% e disseram que a prática sempre foi baixa, a qual continua até o momento. Os dados corroboram com a literatura estudada de que há maior disponibilidade de tempo livre durante a aposentadoria, o que favorece uma prática maior de lazer. Cabe ressaltar que há pessoas que, ao se aposentarem do serviço público, precisam ou desejam continuar trabalhando, o que pode acarretar a diminuição da oferta de tempo livre para a prática de lazer. Nosso estudo comprova o duplo aspecto educacional do lazer, tanto para as pessoas que sempre praticaram muito e continuam suas práticas após a aposentadoria, exercendo os aspectos educacionais do lazer ao longo da vida, quanto para aqueles que sempre praticaram pouco lazer, possivelmente não por não saberem o que fazer com otempo livre que lhes sobrava e ainda sobra, se tornando esse um possível público para a implementação de um programa educacional do lazer. Conclui-se que a grande maioria dos servidores públicos do FNDE aumentaram sua prática de lazer após a aposentadoria. Ainda, sugerimos a implementação de programas educacionais do lazer em instituições públicas e privadas para que, chegada a fase da aposentadoria, as pessoas possam escolher como usufruir do seu tempo livre, inclusive praticando lazer.