Resumo

A autora desenvolve este trabalho em duas instâncias: primeiro, um procedimento experimental, objetivando verificar a eficácia do uso de técnicas psicodramáticas para ensinar Cadetes da Academia da Força Aérea a manejar melhor a ansiedade em competições esportivas. Numa segunda instância, apresenta na discussão qualitativa dos resultados obtidos na primeira, uma análise qualitativa das motivações subjacentes, no papel de atleta, dentro do contexto da formação desse profissional militar. O desenho "quasi-experimental", utilizando para avaliar a "ansiedade de Estado" e a "ansiedade de Traço" dos Cadetes-atletas evidenciou, através dos testes não-paramétricos dos Sinais e de Wilcoxon, diferenças entre a "ansiedade de Estado" avaliada antes e após o treinamento. As conclusões, apontadas pela autora, de que a utilização de técnicas utilizadas no âmbito da psicologia (como o psicodrama), complementares ao treino esportivo, podem melhorar – se não o resultado nas competições esportivas – o manejo da ansiedade, por parte dos atletas. Competir para ganhar sem, entretanto, visar o enfraquecimento psicológico do adversário, humilhação ou demérito; mostrar seu forte adestramento e capacidade de alcançar limites mais ampliados, o auto-controle psicológico melhor exercitado, mais eficiente manejo da ansiedade a favor de sua energia controladamente canalizada, sua harmonia e equilíbrio, são objetivos que independem do desejo destrutivo. A agressividade, voltada para sobrepujar-se, enaltece o competidor, mais do que sobrepujar alguém. Conclui que o objetivo de destruir algo no outro é menor do que mostrar o fortalecimento de algo positivo em si próprio, pois isso não só destrói o outro, adversário, mas destrói a própria dignidade pessoal. Almejar "competir para ganhar a qualquer preço" incentiva o "individual", mas corrói a coesão do grupo. A ansiedade elevada quando se tira o prazer de competir na filosofia do "ganhar a qualquer preço".

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