O Manual e a Produção De Anticorpos Após A Primeira Dose Da Vacina Contra A Covid-19 Em Adultos
Por Priscila Almeida Queiroz Rossi (Autor), Fabrício Eduardo Rossi (Autor), Teresa Cristina do Nascimento Salazar (Autor), Esmeralda Maria Lustosa Barros (Autor), Silvia Vasconcelos (Autor), Ricardo Khouri (Autor), Regis Gomes (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
A força muscular reduzida e fragilidade estão associadas à piora do quadro da COVID-19, aumentando o tempo de internação e o risco de mortalidade. Em contrapartida, maior nível de atividade física melhora a resposta vacinal, aumentando a produção de anticorpos. Entretanto, não está claro se existe relação entre a força muscular e a produção de anticorpos para a COVID-19 em adultos. OBJETIVO: Verificar a relação da força de preensão manual e a produção de anticorpos após a primeira dose da vacina contra a COVID-19 em adultos e comparar a resposta vacinal de acordo com a força muscular dos indivíduos. MÉTODOS: Participaram deste estudo 114 adultos (idade= 41,9 ± 9,1 anos), os quais foram avaliados pré e pós 12 semanas da vacinação contra a COVID-19. Coletas de sangue foram obtidas para análise da imunoglobulina G (IgG) contra proteína Spike (S) do SARS-CoV-2, usando imunoensaios de micropartículas quimioluminescentes da Abbott Diagnosis e os participantes auto relataram se haviam contraído COVID-19, antes e após o esquema vacinal. A avaliação da força muscular foi verificada por meio do teste de preensão manual, por meio do dinamômetro digital. A correlação de Spearman foi utilizada para testar o grau de correlação entre a força muscular e o delta absoluto da concentração de anticorpos. A amostra foi categorizada de acordo com a mediana da força muscular de preensão manual (<34 kg ou ≥34 kg) e a Análise de Covariância (Ancova) foi aplicada, comparando as concentrações de anticorpos pós 12 semanas, ajustado pela concentração de anticorpos pré vacinação, de acordo com os grupos. O nível de significância foi estabelecido em p<0,05. RESULTADOS: Vinte e um indivíduos contraíram COVID-19 antes da primeira dose da vacina e dois indivíduos após a primeira dose. Houve correlação positiva e estatisticamente significante entre a força de preensão manual e o aumento na produção de anticorpos (rho= 0,20; p= 0,03). Houve aumento estatisticamente significante na concentração de anticorpos após 12 semanas da vacinação (<34 kg: pré= 130,1 ± 332,4 vs. pós= 2879,7 ± 6150,5 AU/ml; ≥34 kg: pré= 161,2 ± 301,2 vs. pós= 4086,1 ± 5390,3 AU/ml, F= 40,290; p<0,001), porém a Ancova não identificou diferença estatisticamente significante entre os grupos (F= 0,967; p= 0.328). CONCLUSÃO: A força de preensão manual está positivamente relacionada com a produção de anticorpos após a primeira dose (12 semanas) da vacina contra a COVID-19 em adultos. Entretanto, não houve diferença significante na resposta vacinal de acordo com os níveis de força analisados.