O meio-campo entre a política e a arquibancada: o caso dos ultras na Espanha
Por Camylle Caldas Barreto do Nascimento (Autor).
Em III Seminário Online do Ludopédio – Mulheres e futebol: pesquisar, trabalhar, torcer e jogar
Resumo
A pesquisa tem como objetivo geral identificar a atuação dos grupos ultras na Espanha no contexto do fortalecimento e avanço da onda da nova direita no século XXI. Ainda que a violência seja, de forma geral, associada diretamente ao hooliganismo e os episódios violentos por eles protagonizados durante a década de 90, os grupos ultras também se envolvem na disputa física e na tentativa de dominação do oponente, além do levante de pautas políticas para além da arquibancada. Compreendendo, também, que a cultura de torcida do futebol começou a emergir como movimento político-social a partir dos anos 90, é válido ressaltar que os clubes e a modalidade esportiva, de modo geral, já tenha haviam sido utilizados como instrumento para ganhos e objetivos políticos, ilustrado pelo caso da Guerra Civil espanhola liderada por Francisco Franco. Na dialética entre a herança histórica de forte influência fascista e o policy-making da contemporaneidade espanhola, como dito por Gramsci, ‘uma grande variedade de sintomas mórbidos aparecem’.