Resumo

A pesquisa teve por finalidade investigar as crianças em suas interações nas aulas, buscando dar “voz” a relação que elas possuem com as atividades com ênfase no Eixo Movimento (EMO), com base nos comportamentos expressos em falas e gestos a partir das emoções/sentimentos que se mostraram nessas interações. A pergunta obsessiva no processo investigativo foi: qual a relação da criança com o EMO na Educação Infantil (EDI)? Para a tarefa investigatória, me amparei na pesquisa qualitativa de cunho etnográfico, quando durante seis meses foi possível investigar duas escolas de rede municipal de ensino de Barra do Garças-MT, sendo uma pública e a outra privada. Para a coleta de dados, foi utilizada a observação intensiva das aulas de duas docentes, uma de Educação Física e, outra de Pedagogia nas atividades com ênfase no EMO. A observação foi não-participante de 39 crianças, que contou com anotações em caderno de campo do total de 31 aulas, registro de imagens fotográficas e entrevista semiestruturada com dez crianças. O referencial norteador foi composto por um aporte teórico e documental, com base em Le Breton, Maturana, Sarmento, Kunz,os Referenciais Curriculares para a Educação Infantil (RCNEI) e as Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil (DCNEI). Para subsidiar o suporte metodológico foram apresentados à investigação Geertz, Minayo, Marconi e Lakatos, Lüdke e André. A pesquisa mostrou que as crianças durante as atividades do EMO são administradas pelo controle excessivo de seus modos de ser e se comportar. Portanto as emoções que se expressam nesses ritos de escolarização são comuns a qualquer espaço social: volição, raiva, alegria, empatia, amuo, medo... Que a metáfora bretoniana acataria como “paixões ordinárias”. O EMO nas aulas é cerceado pela ação educativa, própria do ambiente escolar. As crianças, raramente conseguem se desvencilhar do modus operandi das aulas, visto que, são veementemente limitadas. A expressão “fazer o que a professora manda”, declara em mais alta voz a relação das crianças com o EMO, ou seja, que essas atividades acontecem com regras e, em tempos e espaços pré-definidos pelas professoras.

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