O Músculo Estraga a Mulher? A Produção de Feminilidades no Fisiculturismo
Por Angelita Alice Jaeger (Autor), Silvana Vilodre Goellner (Autor).
Em Revista Estudos Feministas v. 19, n 3, 2011. Da página 955 a 965
Resumo
Este texto analisa a relação entre a potencialização muscular e as representações de feminilidade que circulam em uma modalidade esportiva específica: o fisiculturismo. Ancorase nos estudos culturais e em vertentes do feminismo pós-estruturalista, estabelecendo um diálogo com a teorização de Michel Foucault. As análises indicam que no esporte há um investimento para que as atletas preservem atributos culturalmente relacionados a uma representação de feminilidade normalizada. No entanto, essa recomendação não as interpela da mesma forma: algumas são capturadas por esse discurso, outras reagem e resistem indicando que uma arquitetura corporal muscularmente potencializada não estraga a mulher. Ao contrário, mostra-se como outra feminilidade, tencionando, portanto, as representações binárias de gênero.